Illycafè fará venda direta no Brasil

EMPRESAS
05/03/2010 
 

Fabricante italiana monta subsidiária para distribuir máquinas e cafés especiais
 
Priscila Machado
pmachado@brasileconomico.com.br

O bem-sucedido modelo de negócios da Nestlé Nespresso ganhará um forte concorrente no mercado brasileiro. Até o mês de junho a Illycafè vai abrir no país uma subsidiária comercial , a Illycafè Sudamerica, que irá atuar como importadora e distribuidora de todos os produtos da empresa fabricados na Itália. É incerto se foi o charme do George Clooney, garotopropaganda da Nespresso, que impulsionou as vendas da multinacional suíça no segmento de cápsulas de café de qualidade, mas o sucesso da pioneira fez a concorrência ampliar seus investimentos.

Inicialmente a Illy irá centralizar a distribuição de toda a sua linha de produtos em uma filial comercial, localizada em São Paulo. A nova estrutura realizará a venda direta de máquinas de café, além dos sachês e de cápsulas da bebida.

Antes do estabelecimento de sua rede de vendas no Brasil, a Illy tem planos para expandir sua atuação aos demais mercados sul-americanos, onde já atua. Segundo Andrea Illy, CEO da Illycafè, a primeira subsidiária da empresa, fora dos Estados Unidos e da Europa, irá coordenar a comercialização dos produtos na região. “A importadora e distribuidora vai se desenvolver comercialmente tendo o Brasil como principal mercado naAmérica do Sul”, afirma.

Paralelo ao investimento em território brasileiro, a Illy inaugura na próxima semana uma nova fábrica na Itália, sede da empresa. A unidade instalada em Milão atenderá exclusivamente a demanda por cafés e máquinas para escritórios, especialidade que desenvolve em parceria coma Itaca.

As máquinas fabricadas na nova fábrica serão uma versão simplificada dométodo “iperExpresso” (nome dado pela empresa para o sistema em cápsulas) lançado pela Illy em 2009. Segundo Andrea Illy, desde o desenvolvimento da tecnologia até a construção da fábrica já foram aplicados € 30 milhões. “As vendas cresceram e decidimos fazer um investimento importante”, diz o CEO.

Illy aposta na aceleração do consumo de café em todos os segmentos em 2010. Segundo ele, a demanda deve acompanhar o aumento da população, ou seja, de 2% a 3%. Para os especiais, a previsão de alta é de 6%, e, para o expresso em cápsula, prevê expansão nas vendas acima de 10%.

O executivo destaca o Brasil como um dos mercados em ascensão ao lado da Ásia. Ele também acredita na retomada do consumo americano, voltando aos patamares anteriores à crise. A demanda desses mercados deve equilibrar a interrupção na alta do consumo na Europa.

Parceria com fornecedores garante café de qualidade
A Illycafè deve passar o ano sem problemas na aquisição de matéria-prima para os seus blends. A quebra na safra de café, especialmente grãos de qualidade de importantes fornecedores como Brasil e Colômbia, não deve dificultar as compras do produto ou alterar o custo de produção. “Trabalhamos diretamente com produtores que seguem nosso padrão de qualidade. Não somos afetados por esses problemas gerais do mercado”, afirma Andrea Illy, CEO da Illycafè. Segundo analistas, a maturação irregular nas lavouras brasileiras, devem resultar em uma colheita mais longa e cara, com potencial de problemas. A Colômbia, por sua vez, luta para elevar sua produção aos patamares históricos. O país, terceiro produtor mundial de café depois do Brasil e do Vietnã, registrou no ano passado sua menor produção desde 1976, com 7,8 milhões de sacas. Clima ruim, baixa fertilização e um programa de renovação de cultivos, foramos responsáveis pela queda interanual de 31,5%. P.M.