Com propriedade no município de Nova Venécia, Guilherme da Silva Oliveira tem na cafeicultura a sua principal fonte de renda
Por Cooabriel
Acordar cedinho, passar um café e seguir para mais um dia na lavoura. Essa é a rotina seguida por milhares de famílias que se dedicam a cultivar o principal produto agrícola capixaba: o café conilon.
A notoriedade do cultivo no estado encontrou um importante expoente no registro de Indicação Geográfica Café Conilon Espírito Santo. O marco alcançado em 2021 tem feito avanços e possui agora o primeiro produtor habitado a usar o selo da IG.
Com propriedade no município de Nova Venécia, Guilherme da Silva Oliveira tem na cafeicultura a sua principal fonte de renda. Incentivado a produzir café de qualidade pelo pai, aplica processos criteriosos em sua produção. “O selo da IG será muito importante para mim, pois permitirá que muitas pessoas conheçam não apenas meu café, mas também a história da minha família e todo o trabalho e tradição que mantemos no cultivo do conilon”, revela.
“É um marco significativo, ajudando os produtores e as cooperativas a serem mais reconhecidos pelos anos dedicados à melhoria da qualidade. Agora estamos começando a colher os frutos desse belo trabalho”, acrescenta Oliveira.
Para o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli, esse é mais um passo importante para a cafeicultura capixaba. “O Espírito Santo é referência de desenvolvimento e manejo sustentável e é o maior produtor de café conilon do Brasil. Essa identificação por meio do Selo da IG irá contribuir para um maior reconhecimento dos produtos pelos consumidores assim como em relação à identificação das indicações geográficas promovendo as regiões, oportunizando a ampliação do alcance do produtor, gerando mais renda e agregando valor aos seus respectivos produtos e serviços”, ressalta Bergoli.
O cafeicultor habilitado é cooperado da Cooabriel, cooperativa referência de café conilon no país e uma das integrantes da Federação dos Cafés do Espírito Santo- Fecafés, que inclui ainda as cooperativas Cafesul, Coopbac e Nater Coop. A federação é a mantenedora da Indicação Geográfica.
A atenção aos quesitos de qualidade e práticas sustentáveis são destaques dentro do Caderno de Especificações da IG e fundamentais para que os cafeicultores possam ter acesso ao selo, conforme explica o gerente corporativo de novos negócios da Cooabriel, Alexandre Costa Ferreira.
“O produtor precisa atender a alguns requisitos indispensáveis, sendo o primeiro deles, estar dentro da área geográfica delimitada, que neste caso abrange todo o território capixaba. Além disso, precisa comprovar que de fato adota boas práticas de produção e de sustentabilidade. Para atestar a qualidade dos grãos, o café precisa ter pontuação de 80 pontos acima, seguindo a escala SCA”, esclarece.
Ferreira esclarece ainda que, se o produtor atende aos requisitos, o passo seguinte é procurar uma dentre as quatro cooperativas mantenedoras da IG. “Se o produtor não está vinculado a nenhuma cooperativa, precisa procurar uma delas para o processo de obtenção do selo”, pontua.
Atenta às questões de rastreabilidade, a Fecafés conta com uma plataforma de gestão, onde os produtores habilitados serão cadastrados, permitindo que os consumidores possam conhecer detalhes sobre a origem do produto. O presidente da instituição, Luiz Carlos Bastianello, ressalta que essa iniciativa vem de encontro com os princípios da Indicação de Procedência.
“Com a IG, há ganhos importantes tanto em relação à imagem e divulgação do conilon quanto à preservação dessa origem produtora, além de poder assegurar a quem tomar um café com selo de Indicação Geográfica, a certeza de que tem em suas mãos um produto de excelente qualidade e que atende a princípios de sustentabilidade”, assegura Bastianello.
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