ICE pode voltar à consolidação

9 de fevereiro de 2009 | Sem comentários Comércio Mercado Interno
Por: AGENCIA ESTADO

São Paulo, 6 – Os contratos futuros de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) tiveram uma sessão muito volátil ontem, na qual o mercado recuperou praticamente todas as perdas do pregão anterior, quando os preços marcaram o pior nível em duas semanas. Os fundamentos de oferta apertada em relação à demanda podem estar favorecendo os preços.


Tecnicamente, o mercado volta ao nível em que se consolidava, por volta de 120 cents. A resistência é de 123,50 cents. O suporte é de 117 cents. As opções para março vencem na próxima quarta-feira (11). A negociação de spreads, principalmente março/maio, continua bastante ativas. As rolagens de posição se intensificam, antes do início do período de notificação de entrega do vencimento março, a partir do dia 19.


No Domingo (15) termina o horário de verão no Brasil. O fuso horário de Brasília ficará 2 horas a menos de Nova York. Na segunda-feira (16), não haverá pregão na ICE, em virtude do feriado de Dia do Presidente nos EUA.


Na parte da manhã de ontem, os contratos sinalizavam uma sequência de perdas da quarta-feira. No entanto, compras de indústria e de especuladores em escala de baixa, por volta de 114 cents, sustentaram os preços. Nos últimos minutos da sessão, antes do fechamento, coberturas de posição vendida impulsionaram as cotações.


Março encerrou em alta de 2,85% (mais 330 pontos), a 119,20 cents. A mínima chegou a marcar 114,10 cents (menos 180 pontos). A máxima foi de 119,20 cents (mais 395 pontos).


O mercado continua nas mãos dos fundos de investimento. Esses participantes saíram de saldo líquido vendido em 7.100 lotes no dia 6 de janeiro para saldo líquido comprado de 7.894 lotes, no mais recente relatório da CFTC, do dia 27 de janeiro. Hoje a CFTC divulgará o posicionamento de traders referente à semana encerrada no dia 3 de fevereiro. Os fundamentos são positivo, mas é preciso algum fato novo para impulsionar novamente os preços. Ontem o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) divulgou que a receita cambial com exportação de café (verde e solúvel) no primeiro mês deste ano diminuiu 10,1%, em relação a janeiro de 2008. O volume da exportação brasileira de café totalizou 2,285 milhões de sacas de 60 kg no mês passado, com elevação de 0,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior.


A incertezas na economia global persistem. Hoje é esperada da divulgação dos dados sobre emprego nos EUA, às 11h30. Agora de manhã o contrato de petróleo cedia na Nymex eletrônica, apesar da perspectiva de cortes na oferta pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). O dólar subia ante o iene, mas o euro se valorizava, com o apetite ao risco dando sinais de melhora diante das expectativas de anúncio de detalhes sobre o plano para socorrer os bancos nos EUA na Segunda-feira.


Físico curto de vendedor


O mercado físico de café esteve curto de vendedores ontem, como verificado no dia anterior. À tarde, porém, os futuros de arábica na Bolsa de Nova York recuperavam boa parte das perdas de cerca de 3% observadas no pregão de quarta-feira. A expectativa era de que os produtores se animassem nas vendas.


Entre os compradores, o mercado também mostrou-se curto. Apenas Rio Doce e torrefadora Santa Clara tinham interesse efetivo. A moeda norte-americana, no entanto, fechou cotada a R$ 2,2880, em queda de 0,91%. Na quarta-feira, o dólar encerrou a R$ 2,3090.


Antes do fechamento de Nova York, o comentário na praça de Santos era de café tipo 6, bebida dura, de boa qualidade, foi cotado entre R$ 265/R$ 270 a saca de 60 kg. A Rio Doce teria adquirido um pequeno lote de café, tipo 6, com 12% de catação, do sul de Minas, a R$ 273 a saca. A cooperativa dos cafeicultores de Três Pontas, no sul de Minas, teria vendido café tipo 6, com 15% de catação, entre R$ 273/R$ 274.


O valor à vista em reais do indicador do café Arábica calculado pela Esalq ficou em R$ 274,49/saca (+0,59%). Em dólar, o valor ficou em US$ 119,97/saca (+1,51%). A prazo, a cotação ficou em R$ 276,04/saca (+0,58%).


 

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