São Paulo, 5 – O mercado futuro de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) segue movimento ladeira abaixo, acompanhando outras commodities. Os contratos não têm encontrado sustentação de compras e recuam facilmente. A perda acumulada em dezembro já é de quase 9%, base março/09.
Março/09 encerrou em queda de 4,6% (menos 510 pontos), a 106,15 cents. A incerteza tem garantido alta volatilidade aos preços. Os contratos operaram no terreno negativo ao longo de toda a sessão. A máxima ficou 30 pontos abaixo do fechamento anterior, a 110,95 cents. A mínima marcou 560 pontos, a 105,65 cents. O fechamento próximo da mínima é negativo. Os contratos podem tentar agora os 105 cents, 103 cents e 100 cents.
As perspectivas continuam sombrias para o mercado de commodities. A aversão ao risco leva os investidores para os ativos de renda fixa. Fundos prosseguem movimento de liquidação de posição em commodities.
Hoje à tarde será divulgado relatório com posicionamento de traders no mercado de café, referente à semana encerrada no dia 2 de dezembro. No relatório anterior, os fundos estavam com saldo vendido de 7.786 lotes. Os fundos de índice reduziram o saldo líquido comprado para 34.676 lotes.
A ausência de compras de indústrias em escala de baixa de permitido que os preços caiam facilmente. Além disso, o dólar fortalecido em relação ao real favorece as vendas brasileiras.
Levantamento do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) mostrou ontem que o volume de grãos verdes exportados em novembro apresentou elevação de 20%, em relação ao mesmo mês de 2007. Foram embarcadas 2,693 milhões de sacas de 60 kg, ante 2,244 milhões de sacas em novembro de 2007.
O mercado deve continuar atento aos indicadores econômicos dos Estados Unidos. Hoje sairá relatório com o nível de emprego (o payroll de outubro).
Preço cai no físico
Os preços do café no mercado físico tiveram queda ontem, em virtude da forte desvalorização de cerca de 4,6% dos contratos futuros de arábica na Bolsa de Nova York, base março/09. Estima-se que, em média, as cotações no físico recuaram cerca de 5 reais em cada saca de 60 kg, informa um corretor de Santos (SP).
A alta do dólar não foi suficiente para compensar as perdas no mercado futuro. A moeda norte-americana fechou em alta de 1,78%, a R$ 2,5190. Os vendedores se afastaram do mercado, reduzindo o volume de negócios.
Conforme a fonte, café tipo 6, bebida dura, com 15% a 20% de catação, foi cotado a R$ 255/R$ 260 a saca. Café tipo 6, bebida dura, fino, foi negociado a R$ 265/R$ 267 a saca.
O valor à vista em reais do indicador do café Arábica calculado pela Esalq ficou ontem em R$ 263,24 a saca, menos 1,05%. Em dólar, o valor ficou em US$ 104,01 a saca, menos 3,27%. A prazo, a cotação ficou em R$ 264,81 a saca, menos 1,05%.
Para o robusta, a demanda de torrefadoras é boa, mas a retração vendedora limita movimentação maior no mercado, informam os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq). O Indicador Cepea do robusta, tipo 6, peneira 13 acima, fechou em R$ 228,90 a saca, em alta de 0,99% em relação ao dia anterior. O tipo 7/8, bica corrida, fechou a R$ 222,30 a saca, com alta de 0,3%.
Na BM&F, os contratos futuros de arábica fecharam em forte baixa, acompanhando Nova York. Dezembro recuou 4,2% (menos 4,85 dólares), a US$ 110,10 a saca (queda de 12,80 dólares na semana). Março/09 caiu 4,08% (menos 5,05 dólares), a US$ 118,80 a saca (baixa de 13,15 dólares na semana).