ICE deve tentar se sustentar acima de 110 cents

15 de dezembro de 2008 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: AGÊNCIA ESTADO

São Paulo, 15 – Os contratos futuros de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) abrem a semana atrelados mais uma vez às informações sobre a crise internacional e a recessão global. O mercado, no entanto, tenta consolidação de níveis mais altos, depois das fortes perdas na primeira semana de dezembro.


Segundo um operador da Newedge Group, o mercado de café amanheceu nervoso na sexta-feira, por causa do fracasso dos EUA em conseguir os votos necessários no Senado para aprovar o pacote de US$ 14 bilhões de ajuda às montadoras.


Ao longo do dia, porém, o noticiário foi melhorando. O porta-voz da Casa Branca informou que o governo estuda utilizar o Programa de Alívio para Ativos Problemáticos (Tarp) de US$ 700 bilhões para salvar o setor automotivo. Também o Tesouro dos EUA disse que fará tudo para evitar o colapso do setor.


Isso aliviou o humor dos mercados. Conforme o operador da Newedge, o Índice do Dólar recuava 1% no fim do dia, favorecendo as commodities. Os contratos futuros de petróleo, que chegaram a cair 7%, recuaram para 2% no fim do dia.


O café também oscilou entre queda mais forte na manhã e um ensaio de reação à tarde. Tecnicamente, informa o operador, os contratos base março/09 rompeu o suporte a 110 cents e marcou mínima de 102,15 cents, na primeira Sexta-feira de dezembro (5). O mercado agora tem se sustentado acima de 110 cents, que é positivo. No entanto, um cenário menos baixista só ocorrerá acima de 115 cents.


A Associação de Café Verde (GCA, na sigla em inglês) deve divulgar hoje à o volume dos estoques nos Estados Unidos, referente ao mês de novembro. No relatório anterior, houve redução 183.292 sacas de 60 kg, para 5.414.910 sacas no dia 31 de outubro.


Na sexta-feira, os contratos de café, base março/09, fecharam em baixa de 049% (menos 55 pontos), a 112,15 cents. A máxima marcou 75 pontos, a 113,45 cents. A mínima foi de 230 pontos, a 110,40 cents.


Produtores desistem do Pepro


Os produtores de café abandonaram definitivamente a idéia de tentar emplacar um programa de subsídio econômico, por meio de leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro). “Não vai ter mais”, informa o presidente Gilson Ximenes, do Conselho Nacional do Café (CNC), órgão que reúne as principais cooperativas do País. Segundo ele, o setor concentra esforços agora na aprovação de um programa de leilões de opção de venda ao governo.


O Conselho Deliberativo de Política Cafeeira (CDPC), órgão que reúne representantes do setor privado (produtores, exportadores e torrefadores) e do governo, deve fechar hoje os detalhes de uma proposta de leilões de opção de venda, que seria suficiente para retirar do mercado na próxima safra cerca de 3 milhões de sacas. Para tanto, seriam necessários recursos da ordem de R$ 300 milhões, anteriormente definidos para os leilões de Pepro por meio das operações 2OC, além de R$ 700 milhões que viriam do Tesouro Nacional.


Ximenes informou que a idéia é que os leilões sejam realizados ainda este ano ou, no máximo, no início do ano que vem. Ele alerta, no entanto, que a proposta precisa ser referendada pela área econômica do governo.


O setor produtivo considera, no entanto, que apenas as opções não são suficientes para sustentar os preços do café garantir renda ao cafeicultor. Nesse sentido, na reunião de ontem do CDPC, ficou acertado que será encaminhada à área econômica do governo medida no sentido de se fazer a conversão da dívida da cafeicultura em produto físico. Estima-se que o passivo totalize cerca de R$ 2 bilhões. Os produtores destinariam até 5% da produção anual para o pagamento dos débitos, consolidados em 31 de dezembro de 2008. Seriam consideradas as operações inadimplentes do Funcafé e das demais fontes de crédito, de modo que o restante seria liquidado em até 20 anos.


Quanto ao mercado interno, o Indicador de preço da Esalq para o café arábica vem se sustentando ao longo deste mês. Até Quinta-feira passada, o indicador apresenta queda de 0,85%, a R$ 264,12 a saca de 60 kg, a prazo. Em dólar, no entanto, o recuo é mais significativo: 1,96%, a US$ 111,97 a saca.


 

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.