11/08/2015
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística fomentou ainda mais as discussões sobre safra cafeeira do Brasil, aumentando a sua estimativa de produção. Porém, graças um aumento de área de 1,7% ao invés de uma melhoria no rendimento.
O IBGE, órgão oficial de estatísticas do governo, elevou sua previsão para a safra brasileira de café em 800.000 sacas para 44,2 milhões de sacas de 60 kg (2,7 milhões de toneladas).
A estimativa vem em meio a um debate sobre a produção brasileira de café, depois que pesquisadores da Procafé na semana passada disseram que a colheita iria ser de 20% a 30% abaixo de sua previsão de março, que apontava colheita entre 41 e 42 milhões de sacas, uma das estimativas mais baixas do mercado.
Procafé citou a prevalência de grãos miúdos neste ano, o que significa que seriam necessários mais grãos para encher um saco de 60 quilos.
Embora essa perspectiva de uma colheita mais baixa tenha gerado dúvidas nos operadores, números acima de 50 milhões de sacas de Mercon e do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), também são vistos com muito ceticismo pelo mercado.
Ideias de uma colheita de cerca de 45 e 46 milhões de sacas de 60 kg são “mais aceitas pelo mercado”, disse Jack Scoville, corretor da Price Futures.
Arábica vs robusta
O IBGE diz que essa atualização na estimativa foi influenciada pela revisão na produção de café no Estado de São Paulo, o que fez elevar a área colhida total de café em 1,7%. Porém, o rendimento médio ficou praticamente estável, 0,1%.
No entanto, ao contrário de outras estimativas, os números do IBGE foram relativamente otimistas em relação a proporção de café arábica na safra, com 33,4 milhões de sacas, enquanto a produção estimada de robusta deve alcançar 10,8 milhões.
O Instituto disse que a melhoria da sua estimativa para a safra de arábica foi “influenciada principalmente” por São Paulo, o segundo estado produtor no ranking para a variedade, que deve colher 3,64 milhões de sacas (218,2 mil toneladas).
A projeção ainda está abaixo das 3,83 milhões de sacas na qual a Conab, departamento oficial de agricultura brasileiro, estimou a safra de São Paulo, de um total doméstico de 32,9 milhões de sacas.
“A melhoria dos preços de comercialização do café arábica incentivou o aumento dos investimentos nas lavouras”, disse o Instituto.
No entanto, para robusta, o IBGE destacou a estimativa reduzida de colheita no Estado do Espírito Santo, o principal produtor da variedade e que “enfrenta estiagem em vários municípios produtores”.
Recuperação de preços
Os dados vêm em meio a uma recuperação nos preços do café, encorajados pelas expectativas reduzidas para a produção brasileira, e por fatores técnicos, com os futuros na última sessão quebrando uma série de médias móveis importantes.
O café arábica para setembro subiu 2,3% para 136,50 centavos de dólar por libra em negócios na hora do almoço em Nova Iorque.
Fonte: Agrimoney