(11/06/2015) Mais de 250 produtores, técnicos, extensionistas e estudantes participaram nesta quarta-feira (11) de um dia de campo sobre mecanização em lavouras adensadas de café, realizado na sede do Iapar, em Londrina.
Durante todo o dia, eles percorreram oito estações temáticas, com informações sobre cultivares de porte baixo, controle de plantas daninhas, custo da mecanização, tecnologia de pós-colheita e demonstração de equipamentos apropriados para lavouras adensadas.
NECESSIDADE – Segundo o economista Paulo Sérgio Franzini, secretário-executivo da Câmara Setorial do Café do Paraná, a mecanização deixou de ser uma opção para se tornar uma necessidade. “As despesas com mão de obra representam 60% do custo total de produção”, explica.
Franzini conta que as premissas do modelo paranaense de cafeicultura adensada, estruturado ainda no início dos anos 1990, eram manter a atividade em base sustentável pelo aumento da produtividade e reduzindo a área de ocupada com cafeeiros na propriedade e abrir espaço para a diversificação de culturas. “Hoje é preciso pensar também na mão de obra, juntamente com a redução dos custos de produção, a qualidade da bebida e, sobretudo, uma boa gestão da atividade”, acrescenta.
O economista lembra que já há no mercado opções para todos os tipos de produtores. Lavouras pequenas podem utilizar implementos que potencializam a eficiência no uso da força humana – como sopradores, derriçadores, distribuidores de adubo, etc. Plantios ao redor de 20 hectares já viabilizam o uso de microtratores e implementos compactos, chegando, por fim, às lavouras maiores, acima de 30 hectares, com os grandes equipamentos.
Ele também destaca a importância de os cafeicultores se organizarem para fazer a aquisição de equipamentos em grupo ou por intermédio de associações de produtores. “Também a a possibilidade de alugar de vizinhos para a execução de determinadas tarefas, como a colheita”, sugere Franzini.
Presente no dia de campo, o produtor Daniel Paulo Marineli, de Ivaiporã (distante cerca de 160 km de Londrina), cultiva cinco hectares de café e dispõe em sua propriedade de pulverizador, derriçadora e um soprador.
PARANÁ – A cultura do café ocupa pouco mais de 53 mil hectares no Paraná, sendo 60% dessa área conduzida no modelo adensado, segundo o Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab). A produção estimada para este ano é de 1,2 mi de sacas beneficiadas.