O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) iniciam nesta terça-feira (16) a operação do serviço Alerta Geada.
O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) iniciam nesta terça-feira (16) a operação do serviço Alerta Geada.
Entrando em seu 23º ano de operação, o objetivo do Alerta Geada é auxiliar os cafeicultores a decidir sobre a adoção de medidas de proteção das lavouras contra o fenômeno, explica a meteorologista Ângela Beatriz Costa.
Entre maio e setembro, os pesquisadores acompanham as condições meteorológicas na região cafeeira do Estado e publicam diariamente um boletim informativo, disponível gratuitamente nos endereços www.iapar.br, www.simepar.br e, ainda, pelo telefone (43) 3391-4500, neste caso ao custo de uma ligação para aparelho fixo.
Quando se aproximam massas de ar frio com potencial de causar danos às lavouras de café, um pré-alerta é emitido por e-mail ou SMS a extensionistas, técnicos e produtores cadastrados, além da divulgação na imprensa e redes sociais.
Se as condições para formação de geadas persistem, um novo aviso, este de ratificação, é expedido em até 24 horas antes da ocorrência prevista para o evento. Interessados em receber os avisos por e-mail ou “torpedo” no celular devem preencher um cadastro, disponível no endereço www.iapar.br.
RECOMENDAÇÃO – Para lavouras com idade entre seis e 24 meses, a recomendação é amontoar terra – até o primeiro par de folhas – no tronco das árvores imediatamente, para proteger as gemas e evitar a morte da planta no caso de geada severa. Essa prática é chamada de “chegamento de terra” pelos cafeicultores e técnicos do setor.
Essa terra que protege os troncos dos cafeeiros deve ser mantida até o final do período frio, em meados de setembro, e então retirada preferencialmente com as mãos.
A recomendação para os plantios novos, com até seis meses de idade, é simplesmente enterrar as mudas quando houver emissão do Alerta Geada. Viveiros devem ser protegidos com várias camadas de cobertura plástica.
Nos dois casos – lavouras novas e viveiros –, a proteção deve ser retirada rapidamente, assim que a massa de ar frio se afastar e cessar o risco imediato de geada.
CAFEICULTURA – De acordo com o economista Paulo Sérgio Franzini, do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura do Paraná (Seab), há cerca de 50 mil hectares ocupados com lavouras de café no Paraná. Desse total, cerca de 3 mil hectares são plantios novos, de até 24 meses, que podem ser protegidos pelo Alerta Geada.
Para Franzini, vale a pena investir na proteção dos cafeeiros. Ele calcula que a implantação de um hectare de cafeeiros custa em torno de R$ 10 mil. O enterrio e desenterrio de plantas com até seis meses custa em torno de R$ 1,1 mil, enquanto o dispêndio para fazer o “chegamento de terra” e posterior limpeza dos troncos nas lavouras entre seis e 24 meses é de aproximadamente R$ 750. “O custo-benefício da prática é bastante favorável ao produtor”, afirma.
A maior parte das lavouras paranaenses tem em média 10 hectares e é conduzida por pequenos produtores familiares. Para 2017, espera-se uma produção ao redor de 1,3 milhão de sacas beneficiadas.
O SERVIÇO – O Alerta Geada é uma iniciativa do Iapar e do Simepar, com apoio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), Emater-PR, Consórcio Pesquisa Café, prefeituras, cooperativas e associações de produtores.