Evento debate política para o café ecológico
Fortaleza. Faltam políticas públicas no Estado para o incentivo da cultura do café ecológico. É o que explica a coordenadora do projeto de Agricultura Familiar, Agroecologia e Mercado, da Fundação Konrad Adenauer, Angela Küster. No intuito de estimular a criação dessas políticas, está sendo realizado, hoje e amanhã, o I Seminário Regional do café Ecológico – Por um desenvolvimento sustentável da cafeicultura no Maciço de Baturité. O evento acontece na Estação Ecológica da Universidade Estadual do Ceará (Uece), no município de Pacoti.
O café ecológico é um tipo produzido sem adição de agrotóxicos, que não interfere na biodiversidade e tem um manejo sustentável no sistema agroflorestal. Também é chamado de café sombreado, por ser criado em áreas de sombra de uma floresta.
Além da criação de políticas públicas no Estado, Angela explica que outros aspectos são importantes para o sucesso do cultivo do café ecológico, como a necessidade de associações e cooperativas, para o fortalecimento dos cafeicultores. “Para que se possa exportar esse café, é necessário um certificado ecológico, que é caro. Por isso é melhor que os agricultores se juntem para consegui-lo”, explica Angela.
Há outros motivos ainda, como o fato de, juntos, os produtores serem capazes de fechar um contrato de longo prazo, pois terão produção o suficiente. Angela Küster ressalta ainda que há mercado nacional e internacional para o café, o que falta é produção. “Há mercado de sobra para o café ecológico, pois o europeu está cada vez mais exigente, procura um café especial, ecológico, e com o selo Fair Trade (preço justo)”.
Programação
Durante o seminário, que tem a participação do secretário de Desenvolvimento Agrário, Camilo Santana, esses tópicos são discutidos. O evento tem início às 8h30, com um café da manhã, logo seguido pela fala do secretário, sobre a criação de políticas públicas para o setor. A certificação ecológica e social são assuntos da palestra do engenheiro de alimentos e auditor dos selos do Instituto de Mercado Ecológico (IMO), César Campregher Cavenague. Hoje à tarde, é a vez dos cafeicultores trocarem experiências e planejarem a sua organização, por meio de associações, bem como cooperativas.
A Fundação Cultural de Educação Popular em Defesa do Meio Ambiente (Fundação Cepema) profere uma palestra sobre a primeira fábrica de café exclusivamente ecológico, que será instalada até o final de outubro, na comunidade do Lameirão, em Mulungu, pela fundação, com financiamento do Ministério do Meio Ambiente. Cerca de 130 pequenos agricultores da região serão beneficiados. À noite, o seminário promove uma feira de produtos do café, seguida de apresentações culturais. Amanhã, o dia será de oficinas para os produtores de café participantes.
Atuação
A Fundação Konrad Adenauer, por meio do projeto Agricultura Familiar, Agroecologia e Mercado, trabalha a questão dos pequenos produtores cearenses, especialmente os de caju, mel e, a partir do ano passado também, café, todos produtos que tem um mercado consumidor forte na Europa. Com o co-financiamento da União Européia, a fundação acompanha parceiros locais, como o Centro de Estudos do Trabalho (Cetra) e o Núcleo de Iniciativas Comunitárias (NIC).
Mais informações:
Fundação Konrad Adenauer
Av. Dom Luís, 880
Fortaleza
Telefone: (85) 3261.9293
kas-fortaleza@adenauer.org.br
AN COPPENS
Repórter