A aspiração dos produtores de Honduras é substituir a Colômbia como o segundo maior exportador de café, da América Latina. Com o fechamento da colheita de 2011-2012 essa meta é acessível, devido aos bons resultados da produção nacional, cujo volume alcançaria agora os 4,6 milhões de sacas de 60 quilos e aos problemas climáticos enfrentados pelos sul-americanos.
Para cumprir esse propósito, a cafeicultura hondurenha deve passar antes por um processo de melhoramento para imitar os modelos do país do sul, que na colheita anterior, exportou 5,98 milhões de sacas de café. As autoridades do Instituto Hondurenho de Café (Ihcafé) garantem que, com o panorama atual, “isso é possível, porque, enquanto nós crescemos, eles caem; tem três anos consecutivos de baixa produção e, no último registro, exportaram mais de 5,36 milhões de sacas, enquanto nós esperamos exportar 4,6 milhões nessa colheita. É uma aspiração, um desejo que estimamos que se possa cumprir em dois ou três anos”, disse o gerente da instituição, Víctor Hugo Molina.
A Colômbia é reconhecida por ter um café excelente, suave, com acidez relativamente alta, corpo balanceado, aroma pronunciado e um perfil sensorial de excelente qualidade, produzido em altitudes que podem superar os 2000 metros acima do nível do mar. Já o café de Honduras tem acidez muito fina, que é uma qualidade que se aprecia no mercado internacional, e que se origina da altura onde são cultivados, que é de mais de 1.200 metros acima do nível do mar. O
colombiano Luis Fernando Botero, diretor executivo do Comitê de Cafeicultores de Antioquia, e que visitou recentemente o país, não descarta que Honduras chegue ao nível que se propõe.
“Não nos resta a menor dúvida de que podem conseguir (superar as exportações da Colômbia). Vemos que aqui há um esforço grande, têm direção comprometida e muito bem organizada, isso é vital para ter êxito na produção. A aspiração é justa e não é uma preocupação para nós. Vemos com muita complacência que Honduras esteja posicionada cada vez mais como um país de excelente qualidade no grão”.
Ainda que haja a intenção de substituir a Colômbia, a cafeicultura desse país também está fazendo esforços importantes para recuperar os registros de 8,43 milhões de sacas que caíram há três anos como consequência das chuvas que afetaram o país. Por outro lado, deve-se considerar que a Colômbia está superando Honduras quanto a tecnologia, o que lhes tem permitido desenvolver novas variedades de café. (laprensa/CaféPoint)