Histórias da Copa no RS: coreanos esgotam estoque de café em mercado

Por: Globo Rural

Segundo funcionário, turisas asiáticos deixaram um “rombo” na prateleira. Erva-mate também foi um dos produtos comprados pelos visitantes.


coreanos café porto alegre (Foto: Eduardo Deconto/G1 RS)Funcionários repõem o estoque de café após passagem dos coreanos (Foto: Eduardo Deconto/G1 RS)


Durante a estadia em Porto Alegre, os sul-coreanos chamaram a atenção pela organização. Pragmáticos, circularam pela capital gaúcha com descrição, sem causar maiores alardes, despertando olhares apenas pelas vestimentas vemelhas, em alusão à seleção nacional. Postura semelhante à adotada no Beira-Rio, onde assistiram quase calados à derrota da Coreia do Sul por 4 a 2 para a Argélia e à festa africana no estádio, ao som de “One, two, three! Vive L’Algérie!” na segunda rodada da fase de grupos da Copa do Mundo. Os visitantes asiáticos só mudaram de comportamento diante de uma iguaria cuja exportação impulsiona a economia brasileiral: o café.


Se os brasileiros gastam bilhões de dólares a cada mês diante da oportunidade de comprar produtos eletrônicos e roupas de grife a preços mais baixos nas viagens ao exterior, os coreanos, grandes produtores de eletrodomésticos, saíram às ruas da capital gaúcha atrás do pó para a bebida. Com a típica organização em segundo plano, os asiáticos entraram em frenesi para se lançar às prateleiras de café em um supermercado da zona norte .


Na segunda-feira, 23 de junho, um dia após a partida contra a Argélia, três ônibus lotados de turistas estacionaram em frente a um shopping para sair à procura do produto. “Nos surpreendeu pela questão do café. Nos perguntamos por que eles estavam comprando tanto. Deixaram um rombo nas prateleiras”, relata o chefe de caixa do estabelecimento, José Antonio Diniz, 40.


Coreanos erva mate porto alegre (Foto: Eduardo Deconto/G1 RS)


Coreanos também compraram erva-mate em
Porto Alegre (Foto: Eduardo Deconto/G1 RS)


O tipo de grão pouco importava aos turistas na hora da compra. Entusiasmados, procuravam sentir o aroma da especiaria antes de encher o carrinho com os produtos. Até mesmo pó para capuccino entrou na lista de compras. “Eles pareciam loucos. Abriam o café, cheiravam e, se tivessem aprovado, botavam cinco ou seis pacotes no carrinho”, relata Dennis Serafim, 20, um dos responsáveis pelo estoque.


O entusiasmo dos consumidores com as especiarias tradicionais do Brasil se estendeu à erva-mate e ao chimarrão, bebida típica do Rio Grande do Sul. “Além de fazer uma força-tarefa de café, eles ambém compraram erva-mate”, elata Diovani da Silva Fernandes, 27, funcionário do estabelecimento.


Acostumados ao bibimbap, prato típico que leva arroz, legumes, tiras de carnes fatiadas e ovo, e ao bulgogi, como é chamado o churrasquinho coreano, os asiáticos também resolveram fazer uma incursão à culinária gaúcha. Na data da partida contra a Argélia, 180 coreanos fizeram festa em uma churrascaria da capital gaúcha, situada próximo ao Beira-Rio. “Eles bebem menos, mas comem um monte. Não muita carne, mais salada e frango. São muito divertidos e educados”, relata o gerente do estabelecimento, Marcos Pereira, 30.


Enquanto os turistas experimentavam as novidades da gastronomia local, alguns coreanos que moram em Porto Alegre se esforçam para manter os costumes dos pratos asiáticos. Segundo estimativa, 30 famílias se transferiram para a capital gaúcha após o anúncio da instalação de uma empresa sul-coreana em São Leopoldo.

sul-coreano churrasco (Foto: Eduardo Deconto/G1)Sul-coreano aprovou o churrasco gaúcho (Foto: Eduardo Deconto/G1)

Em um almoço na Igreja Pompeia, onde uma missa em coreano é celebrada, o cardápio foi composto por sopas, massa doce e verduras, regados a muita pimenta. “Antigamente era mais difícil conservar nossos costumes. Agora temos tudo à disposição”, diz Madalena Kim, 65.


A estadia dos turistas sul-coreanos em Porto Alegre durou poucos dias. Tempo suficiente para que conhecessem um pouco da cultura gaúcha e para que levassem um concorrente ao soju, destilado feito de arroz ou batata-doce, para disputar o posto de bebida nacional: o café brasileiro. Com informações do G1 Sul.

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