História do Café: Ninguém esquece Lavouras de café dizimadas pela geada de 1975

1975: Ninguém esquece

Por: Folha de Londrina

  Uma única frase sobreviveu ao sobrevôo do ex-governador Jaime Canet e do ex-presidente Ernesto Geisel pelas plantações de café da região de Londrina, Maringá e Umuarama, dizimadas pela geada de 1975, assistindo com tristeza a morte da esperança entre os produtores.


  ‘‘Está tudo perdido’’, sentenciaram os dois governantes com os pés já em terra firme, mas abalados pela constatação.


  Naquele ano, as baixas temperaturas encantaram os curitibanos com a neve, mas a geada assombrou os cafeicultores do norte ao queimar até os grãos verdes de café.


  Na sala do presidente do IBC, Camilo Calazans, o telex do presidente do Centro do Comércio do Café, em Londrina, João Moreira, antecipou as constatações pessimistas dos dois governantes que, no dia seguinte ao flagelo no campo, desembarcaram em Londrina.


  ‘‘Transmite ao presidente que o pior aconteceu. Foi a pior geada ocorrida nos últimos tempos, inclusive foi pior que a do ano de 1955. Já dei volta em torno dos cafezais da região e, infelizmente, todos foram atingidos’’, tentava exprimir na mensagem, a situação que paralisaria o mercado de café físico no mundo, em que as bolsas estavam em alta, sendo que a de Nova York abriu com 900 pontos para o mês e 200 para os meses futuros.


  Em 1975, apesar dos efeitos negativos, a economia parananese já não dependia tanto do café, com uma industrialização crescente. O trigo e o soja ajudaram a amenizar os prejuízos.


  As geadas já haviam protagonizado outras crises cafeeiras em 1953 e 1955, sendo que 80% da safra de 1954 foi comprometida pelo fenômeno.


  Ao comentar os estragos de 1975, o presidente da Associação Paranaense dos Cafeicultores, Justino Vilela, foi otimista: ‘‘Agora é a hora de todos os cafeicultores se unirem para traçar o futuro da cafeicultura no Paraná’’, prospectou. O cenário paranaense cultivado pela tecnologia nas décadas seguintes, elevou os 63 mil hectares de café adensado para um total de 107 mil hectares. A revolução permite que o Estado, mesmo com uma área menor nos anos 90, mantenha a produção em alta.



Francismar Lemes
Reportagem Local


Fonte:http://www.bonde.com.br/folha/folhad.php?id=22070LINKCHMdt=20060527
 

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