1909 – Primeiros efeitos da política de valorização. Os preços internacionais começaram a subir, enquanto a caixa de conversão conservava o câmbio artificialmente baixo. 1914 – Durante a Primeira Guerra Mundial, o Brasil enfrenta dificuldade para vender seu produto no exterior. O governo federal e o estado de São Paulo começaram a subsidiar o produto, comprando e estocando. Em 1917, São Paulo acumula estoque de 3 milhões de sacas. O café torna-se lucrativo para o país. 1918 – Uma grande geada abala o mercado internacional de café. O setor experimenta momentos de euforia. A expansão dos cafezais, sobretudo em São Paulo, leva ao crescimento das estradas de ferro e ao surgimento de novas cidades. A intervenção no mercado se institucionaliza. A produção e os lucros aumentam. 1929 – Quebra da bolsa de Nova York desestabiliza o mercado interno: os financimentos junto aos bancos estrangeiros foram interrompidos; os preços despencam, levando o setor para uma enorme crise. A depressão americana fez desabarem os preços do produto. Mais de 22 milhões de sacas estavam empilhadas em armazéns reguladores. Na década de 30, a crise provocou a queima de 80 milhões de sacas. 1931 – Criação do Conselho Nacional do Café (CNC). Aumento do imposto de exportação de 10 para 15 shillings/saca, sendo estes 5 shillings adicionais destinados à amortização do empréstimo feito em 1930, enquanto o restante constituiria um fundo para o programa de auxílio à cafeicultura, a ser administrado pelo CNC. Doze milhões de sacas são destruídas. 1933 – Aumenta o poder do governo federal sobre a política cafeeira. O Ministério da Fazenda propõe a extinção do CNC e a criação do Departamento Nacional do Café (DNC). 1939 – Começa a Segunda Guerra Mundial. O café brasileiro sofre os efeitos da guerra. Entre 1941 a 1950, o produto respondia por 63,9% das exportações brasileiras. Durante a guerra, as vendas caíram, com alta dos preços. 1943 – É realizada a 3 Conferência Americana do Café, em Nova York. Primeiro acordo para se controlar a produção, que durou até 1948. O Brasil reduziu seus estoques, mas enfrentou o problema da elevação dos preços do produto no mercado mundial, decorrente da política de destruição que promoveu. 1946 – O goerno extingue o DNC. O setor passa a exigir mudanças e formulação de políticas de longo prazo. 1952 – No dia 22 de dezembro é criado o Instituto Brasileiro do Café (IBC). O órgão tinha como principais objetivos a promoção de pesquisas sobre o produto na área rural, o barateamento no mercado interno e a melhoria da qualidade. Paralelamente, o governo intensificou a propaganda do café no mercado interno e externo. 1953 – Criação da Organização Internacional do Café (OIC). 1959 – Lançada uma campanha de aumento de consumo interno, em vista do elevado nível dos estoques gonvernamentais de café. Para alcançar este objetivo, introduziram uma política de subsídios ao consumidor e, nesse caso, os torrefadores eram os seus repassadores. As regras do jogo estabeleciam que o governo venderia o café para a indústria, desde que ela se submetesse a um tabelamento pré-fixado pelo IBC do preço de varejo ao consumidor. 1960 – O IBC cria o Grupo Executivo de Racionalização da Cafeicultura (Gerca), para conter a produção. O governo promove, a partir de 1961, a erradicação dos cafezais não produtivos. Até o final da década de 60 foram erradicados 2 bilhões de cafezais. 1962 – Acordo Internacional do Café, instrumento econômico e diplomático por meio do qual os países consumidores e produtores concordam em manter um sistema de controle da produção e do comércio para sistema de controle da produção e do comércio para adequar a oferta à procura real, visando sobretudo evitar o aviltamento dos preços e a acumulação dos excedentes invendáveis. 1964 – As geadas voltam a castigar as lavouras cafeeiras. O IBC propõe a formação do Fundo Internacional do Café, com o objetivo de financiar a retenção dos estoques. Anos 70 – Plano de renovação e revigoramento da lavoura cafeeira. As exportações brasileiras começam a enfrentar a forte concorrência da Colômbia. Em 1975, a geada atingiu os estados do Paraná e São Paulo. Devido à política de intervenção nos negócios cafeeiros por parte do IBC e de outros órgãos, o preço de venda da mercadoria produzida pela indústria torrefadora brasileira era fixado pelo governo. A concorrência do setor ficou engessada pela política do IBC. A política de cotas garantia às empresas a sua fatia de mercado e a colocação do café torrado e moído originário das unidades componentes do setor industrial cafeeiro, contando dessa foram, com um mercado cativo. 1979 -1981 – Geadas em São Paulo e Minas Gerais. O café passa a enfrentar a concorrência do Vietnã e Indonésia a partir dos anos 80. Os produtores brasileiros elevaram a competitividade e mantiveram o país na liderança mundial do setor. 1987-1989 – A Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) começa um movimento pioneiro no setor de alimentos, lança a auto-regulamentação da indústria torrefadora nacional. Começou a estudar um programa de melhoria da qualidade do café. Depois de dois anos de análises, implanta o ”Selo Pureza”, com impacto sobre a modernização e reestruturação do segmento torrefador. 1989 – Fim do Acordo Internacional do Café. Após o rompimento, vários países iniciaram a colocação no mercado internacional dos estoques acumulados durante os anos anteriores. A estratégia determinou uma forte retração de preços e um acúmulo de estoques pelos países consumidores, que se aproveitaram dos preços baixos. O café enfrentou uma longa crise de preços. 1990 – Extinção do IBC pelo goveno Collor. As atividades ligadas à política cafeeira passaram para o Ministério da Ecomonia, que ficou responsável pela guarda dos estoques e gerenciamento do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). Fim da intervenção governamental nos negócios do café. 1996 – Criação do Conselho Deliberativo da Política do Café, órgão que marcou o início da co-gestão governo e iniciativa privada para o Funcafé e para a política cafeeira nacional. 2004 – A Abic lança o Programa de Qualidade do Café (PQC), iniciativa inédita que incentiva a indústria do café a modernizar-se. Sem a interferência do governo, o setor torrefador se viu na obrigação de se profissionalizar. A competitividade passou a ser o elemento importante para conquistar o mercado consumidor. Atualmente, as unidades produtivas de torrefação de café são em grande parte modernas e competitivas. 2006 – Segmentação do PQC e as diferenciações por níveis de qualidade: tradicional, superior ou gourmet. |