Rita Gallo A Fertilizantes Heringer, uma das maiores empresas do setor, acaba de inaugurar uma nova unidade em Paranaguá (PR), com capacidade de produção de 310 mil toneladas por ano. “Estamos nos adequando para nacionalizarmos totalmente a nossa produção”, conta Leonardo Paresqui, da área técnica da Heringer. Atualmente, a empresa compra cerca de 60% da sua matéria-prima no exterior. A nova fábrica conta com 150 funcionários. O novo investimento da Heringer está relacionado diretamente com o novo sócio da empresa. No ano passado, a BSSF Fertilizantes Holding Ltda. (NewCo), que indiretamente é controlada pelos fundos AIG Brazil Special Situations Fund e AIG Brazil Special Situations Parallel Fund, que pertencem ao grupo norte-americano AIG, consolidou a compra de 20,6% da Heringer. Impulsionada por mais capital, os planos da empresa também são de ampliar ainda mais a sua atuação no mercado. Segundo Paresqui, apesar da grave situação do agronegócio em 2005, a Heringer não sofreu uma grande queda em suas vendas. “As vendas no setor de fertilizantes caíram cerca de 15% no ano passado, mas a empresa contabilizou uma perda menor que esta”, diz Paresqui, sem revelar números. O foco dos negócios da Heringer está centrado em quatro setores: café, cana, citrus e celulose. Um exemplo da forte atuação da empresa nestes setores é que, hoje, a Heringer é responsável pela maior parte das entregas de fertilizantes no segmento de reflorestamento. “Mas a cultura de café ainda é o carro-chefe dos nossos negócios”, avalia Paresqui. A Heringer tem dez fábricas no Brasil. A empresa foi fundada em 1968 e conta com cerca de 1,4 mil funcionários. Pioneira no fornecimento de insumos na Zona da Mata de Minas Gerais, a Heringer ampliou sua participação do mercado ao atuar também em Viana, no Espírito Santo, que fica próxima à região portuária. Segundo a Heringer, por ter margens apertadas, o negócio de fertilizantes depende de escala. Isto explica os novos e constantes investimentos. “Se não for assim, as empresas do setor podem se transformar em refém de algumas regiões e suas respectivas culturas agrícolas”, avalia. Setor A Heringer Fertilizantes apresentou faturamento bruto de US$ 643 milhões em 2004. As unidades da empresa ficam nos estados de Mato Grosso, Goiás, Bahia, Sergipe, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e também no Paraná Paresqui explica ainda que a concorrência é acirrada, mas a Heringer está conseguindo manter seu espaço no mercado. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos Para Defesa Agrícola (Sindag), haverá crescimento do setor de fertilizantes em 2006. No entanto, a entidade afirma que o otimismo é cauteloso. A entidade estima que haverá um crescimento de pelo menos 5% na receita do segmento. Isso porque, apesar de a soja — cultura que representa 50% de nossas vendas — ter apurado uma redução de área, os primeiros indicativos de produção apontam que a produtividade não cairá muito, informa o sindicato Para o diretor executivo da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), Eduardo Daher, projeções iniciais indicam que 2006 será um ano bastante semelhante a 2005 para o segmento de fertilizantes. “A indústria não espera retomar os números de 2004. Ainda é cedo para fazer projeções, mas fatores como mudança nos preços das commodities ou valorização do dólar frente ao real podem contribuir para um efeito positivo nos números finais do setor”, avalia Daher. Em 2004, o volume de entregas de fertilizantes foi de 22,8 milhões de toneladas, frente as 19,5 milhões de toneladas previstas para serem entregues em 2005. |