Helicópteros são nova opção para aplicar defensivos

Tecnologia é indicada para terrenos montanhosos e de difícil acesso

Por: Marina Salles - Foto:Divulgação/ Climb Aircraft

Foto:Divulgação/ Climb Aircraft  Helicópteros são nova opção para aplicar defensivos – Helicóptero pousa sobre caminhão da empresa


11 mai 2016  – Propriedades em regiões montanhosas ou sem pista de pouso agora podem optar pela pulverização aérea de defensivos agrícolas. A possibilidade se abre com o uso de helicópteros e a certificação de uma empresa brasileira para prestar esse serviço, a Climb Aircraft, de Monte Mor, SP. Mais versáteis, as aeronaves tem capacidade de manobra em terrenos acidentados e podem levantar voo verticalmente, até mesmo do baú de um caminhão.


Rafael Machado, coordenador de operações da empresa, afirma que a tecnologia vai além. “Como o helicóptero voa a menores velocidades, é possível fazer uma aplicação mais precisa, com redução da deriva e melhor deposição dos produtos na superfície das plantas”, diz.


Duas multinacionais testaram a tecnologia a campo para aferir suas vantagens. Os testes foram feitos em lavouras de soja e milho em Santa Catarina, e de laranja e cana em São Paulo. “E o que eles mostraram foi que esses benefícios se devem ao efeito ‘down wash’, causado pelas pás do rotor do helicóptero – que joga o ar para baixo e, consequentemente, as gotas dos produtos também”, afirma Machado. A menor velocidade de operação da aeronave, entre 90 km/h e 130 km/h, também ajuda explicar a redução da deriva. “Trabalhando em velocidades mais baixas, as gotas quebram menos e, como o vento tende a carregar as partículas mais finas, a deriva diminui”, explica.


Durante a operação, o helicóptero voa a alturas de dois a quatro metros. Equipado com fluxômetro e GPS, consegue ajustar o volume de calda a qualquer sinal de mudança em sua velocidade. A aplicação é feita conforme a necessidade do cliente. “Pulverizamos em área total, mas o mais comum é o produtor requisitar a aplicação sobre reboleiras. Alguns também querem que, na soja ou no milho, haja maior penetração do defensivo, então eles pedem para a gente voar mais baixo e mais lento”, diz Machado. Detalhes como esses são acordados, geralmente, em voos de reconhecimento da área. “É o que chamamos de voo de inspeção, sem calda e sem equipamento agrícola. Só para detectar plantas daninhas, áreas a serem tratadas e o perfil de tratamento que cada produtor vai querer utilizar”.


Em terra, o piloto conta com o suporte de um técnico agrícola e um motorista, além de um caminhão. Segundo Machado, a unidade móvel é equipada com tanque de água e também de combustível para a aeronave. No caminhão ainda é possível preparar o insumo para aplicação. “No caso de alguns clientes que são produtores de cana, por exemplo, e não trabalham com a calda pronta, nós temos condições de fazer a mistura no nosso caminhão, e de lá mandar para o helicóptero”. O baú do veículo é reforçado para servir de pista de pouso quando necessário.


Desde fevereiro, a Climb Aircraft tem autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para operar o serviço que, segundo a assessoria da empresa, tem custo equivalente ao da aviação agrícola tradicional. Quanto ao desempenho dos trabalhos em horas/ hectare, Machado diz que à taxa de vazão de 30L/ha a média de aplicação fica em 60 hectares/ hora. Se a taxa é de 40L/ha, isso vai para 80 ha/h; e sendo de 10L/ha, chega a 100 ha/h.


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Até junho, a empresa espera ter homologado um curso para formação de pilotos e contar com seis aeronaves. Hoje, os trabalhos são realizados por apenas uma. O público do treinamento é quem já tem licença para pilotar helicópteros e experiência mínima de 400 horas de voo, conforme exige a Anac.


No prazo de dois meses, outra novidade a ser lançada é o transporte de carga externa. “Na agropecuária, o que mais vai demandar esse serviço é a pulverização de sólidos”, diz Machado. Em sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP), por exemplo, a tecnologia permitirá pulverizar sementes de pasto sobre lavouras de soja. “A vantagem é evitar o amassamento da cultura com a entrada de máquinas para fazer o plantio e, ao mesmo tempo, ter um pasto formado depois da colheita”, afirma o coordenador de operações.


Fonte: Portal DBO

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