Hedge em bolsa garante ganho ao produtor de café em fevereiro, diz IEA

13/03/2015


São Paulo, 13 – Os contratos futuros de arábica da Bolsa de Nova York (ICE Futures US) apresentaram queda de quase 10,6% em fevereiro. Apesar disso, o produtor brasileiro que negociou a entrega do grão para setembro, época de pico da comercialização, alcançou remuneração positiva, desde que tenha contratado hedge (proteção) na bolsa e do dólar na BM&FBovespa, diz o pesquisador Celso Luís Vegro, do Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.


Conforme o pesquisador, no mês passado, a média da cotação do café na Bolsa de Nova York, para o vencimento em setembro de 2015, foi de 164,26 centavos de dólar por libra-peso, representando R$ 542,38 (descontado o deságio médio de qualidade do produto brasileiro de 12%). Considerando que o preço médio à vista do café em Franca, no interior paulista, (SP), foi de R$ 467,58 a saca de 60 quilos no mesmo período, tem-se valor positivo de R$ 74,80 em cada saca, “para aquele que contratou hedge do café na Bolsa de Nova York e do dólar na BM&F, ambos para vencimento em setembro de 2015”, diz Vegro.


Ele considera que o bom volume de chuvas em fevereiro nos principais cinturões produtores de café arábica do Brasil desencadeou percepção por parte dos investidores de que possa haver recuperação da safra 2015/16. “Esse fator, associado à aproximação do término do inverno no Hemisfério Norte e ao forte ritmo de embarques, tanto do Brasil quanto de outros competidores no mercado mundial, provocou o movimento baixista observado no mês”, explica.


O pesquisador observa, ainda, que os fundos de investimento e grandes investidores detinham posição líquida de 10.185 contratos comprados na primeira semana de fevereiro, acreditando em alta das cotações, mas declinaram para 1.139 lotes na última semana do mês. “Aparentemente, esses investidores estão muito confiantes na quantidade de café que será colhida no Brasil, algo temerário, tendo em vista que as lavouras floresceram ainda sob prevalência da anomalia climática de 2014 e de janeiro de 2015”, conclui Vegro.


Fonte: Agência Estado

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