Hafers: preços fogem da lei de oferta e procura

9 de março de 2008 | Sem comentários Mais Café Opinião

O consultor Luiz Hafers falou no 9º Agrocafé que está preocupado com a situação em que o setor cafeeiro se encontra. “Esperançosos porque temos confiança em nós, nas nossas lideranças, no negócio do café e principalmente no Brasil. Estamos em uma situação muito difícil; primeiro porque ninguém acredita que nós não ganhamos dinheiro nestes últimos quatro anos, não acreditam que aumentamos a produtividade com o dinheiro que não tínhamos ou que nos emprestaram a juros obscenos. Não acreditam na dificuldade que estamos passando”, enfatiza.


O consultor acredita que os preços vão subir. “Nós devemos tomar cuidado, mas não devemos temer. Por isso proponho soluções, políticas que regulamentam e não de intervenções. O mercado não tem se mostrado eficiente na conversão da oferta e da procura. O mercado cai e nós ficamos de cinco a seis anos agarrados ao pé de café; o mercado sobe e ai então leva quatro ou cinco anos para ter produção. Isso não é eficiente”, destaca Hafers.


Para ele, a “ortodoxia da academia acha isso uma beleza, mas só conhece o café na xícara”, critica. “Quando nós tínhamos café no reservatório, o salário mínimo era US$ 60, hoje o café está em US$ 130 e o mínimo é US$ 250. Nós precisamos convencer principalmente a opinião pública que não somos ‘chorões’, estamos em dificuldades. Quais são as soluções, primeiro uma união maior do que a de hoje; discutir com as lideranças. Nós estamos em uma mudança mundial, mudam os parâmetros, mudam as normas. Os preços não estão mais feitos por oferta e procura como disseram os economistas. Eles são feitos por intervenções”, disse.


Hafers enfatiza que quer regras e não intervenções. “Quero respeito e não quero esmola; progresso e não favor”, conclui.


 

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