Da Reportagem
Crise agrícola está mais branda para cafeicultores
A crise da agricultura que abala a saúde financeira dos produtores está mais branda com os cafeicultores mas ‘‘com esqueletos para serem estruturados’’, segundo o presidente da Associação Paranaense de Cafeicultores (Apac), Luiz Marcos Suplicy Hafers.
Segundo ele, a cafeicultura registrou prejuízos durante quatro a cinco anos, sendo que em 2006 tem faturado com a melhora do preço, o que não significa que os produtores não estejam em dificuldades. Hafers diz que as autoridades do Governo são ‘‘monetaristas’’ e que não têm idéia de que o agricultor não consegue pagar os juros elevados.
De acordo com Hafers, o endividamento é a alternativa de quem quer crescer e que justamente os fazendeiros mais capacitados foram os que mais investiram e agora estão em dificuldades. ‘‘Essa situação não é compreendida’’, diz ele, lembrando que muitos acusam injustamente a agricultura de ser ‘‘chorona’’. Hafers lembra que o estrangulamento dos agricultores veio com a queda do dólar e os juros altos. ‘‘Ninguém quer deixar de pagar. Quer é poder pagar’’.
Apesar das dificuldades no setor, Hafers está otimista com o café para os próximos anos, mas vê perigos no atual equilíbrio da oferta e procura. Segundo ele, o setor precisa de mais investimentos para crescer e atingir 40 milhões de sacas neste ano e 45 milhões em até dez anos.