16 de Setembro de 2014
O diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e presidente das comissões estadual e nacional de café, Breno Mesquita, não está tão otimista quanto o ministro da Agricultura, Neri Geller, em relação à quebra de safra 2013/2014 de café devido à estiagem. “Tenho conversado com produtores de Minas Gerais, São Paulo, e todos eles, de forma unânime, atestam ter perdas superiores a 30% de sua produção. Em algumas regiões de Minas Gerais, o porcentual ultrapassa 40%”, disse Mesquita, após a abertura da Semana Internacional do Café 2014, no Expominas.
Segundo ele, não há, no momento, como mensurar os efeitos que a seca terá na safra da commodity de 2014/2015. “Mas com certeza será sentido”, disse. Mesquita não acredita que faltará produto no mercado, porque há estoques. Ele comentou que o recente movimento de alta dos preços do produto não compensa as perdas de produção. “Hoje, o mercado está trabalhando na faixa de R$ 420/450 a saca de boa qualidade. A perda em algumas regiões ultrapassa 40% e não consegue equilibrar. Além disso, ele (o produtor) não sabe o que vai colher no ano que vem”, declarou.
Para Mesquita, a tendência é de que com a menor oferta nesta e na outra safra e demanda ainda aquecida, os preços busquem um patamar maior do que os atuais. O diretor da Faemg disse ainda que políticas públicas, aliadas a uma boa gestão por parte do produtor, são fundamentais. “Já começamos a discutir com o Ministério e outros órgãos o que podemos fazer para amenizar a situação do produtor”, informou.
Segundo dados da Secretaria de Estado da Agricultura, do Ministério, e da Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (OCEMG), o PIB do agronegócio mineiro é de R$ 150 bilhões e o café representa 47% das exportações do setor no Estado. Mais de 550 municípios, dos 853 de todo o Estado, trabalham com café. As cooperativas do segmento em Minas somam 58 e o Estado é responsável por mais de 50% da produção nacional da commodity.