Guatemala: produtores seguram ofertas e paralisam exportações

Guatemala: produtores seguram ofertas e paralisam exportações
Agência Estado
18/03/2011
Gabriela Mello
 
Cafeicultores e exportadores estão segurando as vendas na Guatemala, maior nação produtora da América Central, em meio à alta dos preços, disse o presidente da Associação Nacional de Café do país, Ricardo Villanueva.
 
“As exportações pararam”, disse ele durante uma conferência da Associação Nacional de Café, em Nova Orleans. Os exportadores aguardam o café ficar mais barato, disse ele. Mas muitos produtores guatemaltecos esperam preços ainda maiores, decidindo por fixá-los no momento da venda em vez de seis meses antes, como vinham fazendo, explicou Villanueva.
 
Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), os futuros do tipo arábica atingiram os maiores níveis em 14 anos neste mês, a 294,85 cents por libra-peso, antes de recuarem ligeiramente. Uma escassez de grãos devido ao clima desfavorável nas principais nações produtoras impulsionou as cotações.
 
Analistas afirmaram que os cafeicultores em muitas partes da Guatemala estão bem financiados devido aos lucros provenientes dos preços elevados, então podem esperar até o último minuto para comercializar a safra.
 
No mês passado, Villanueva disse que a paralisia do mercado de café guatemalteco começou pela primeira vez na história do país. Autoridades do setor, incluindo exportadores, afirmaram que muitos compradores estavam recorrendo a países com ofertas mais baratas. O país é conhecido pela produção de café gourmet. As variedades mais caras estavam sendo vendidas com um prêmio de 25 cents por libra-peso antes do interesse começar a diminuir, de acordo com ele.
 
Apesar do atual impasse, a Guatemala espera faturar US$ 705 milhões com os embarques de café nesta temporada, acima de US$ 691 milhões no ano anterior. Até fevereiro do ciclo 2010/11, o país exportou 980.07 sacas de 60 quilos cada, 2% menos que no mesmo período de 2009/10. Contudo, a Guatemala prevê exportações de 3,3 milhões de sacas neste ano-safra, alta de 7% na comparação anual.
 
Segundo Villanueva, a colheita 2011/12 deve ter um tamanho similar ao da safra 2010/11. O país precisa replantar quase 60% lavouras para elevar a produtividade. Mas, diferentemente dos vizinhos El Salvador, Honduras, Costa Rica e Colômbia, não há financiamento do governo para tal programa, acrescentou ele. Com o aumento dos preços, os agricultores dispõem de recursos para investir em melhores práticas de cultivo, como bons fertilizantes, o que deve ampliar a produção guatemalteca. As informações são da Dow Jones.

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