Importantes grupos de café estão pagando mais de 30% acima dos preços futuros por seu café, em um esforço para proteger os produtores dos movimentos do mercado atribuídos a especuladores e apoiar a segurança das ofertas de alta qualidade.
O diretor executivo da Nespresso, da Nestlé, Jean-Marc Duvoisin, disse que comprou seu café por valores “30-40% maiores do que o preço de mercado”, como definido pelos futuros dos grãos arábica em Nova York. O premium refletia em parte a alta qualidade dos grãos que a Nespresso compra, disse Duvoisin.
Entretanto, a empresa também está pagando mais em um esforço de proteger ospequenos produtores, dos quais a empresa depende para abastecimento, mas que têm encontrado dificuldade em lidar com a volatilidade nos preços futuros.
“Esses altos e baixos [nos movimentos de preços futuros] estão ficando mais fortes a cada ano”, disse Duvoisin durante o Forum Internacional de Café em Milão, citando comércios de fundos como fatores que exacerbam os movimentos de preços.
Ele estimou que “60-70%” dessa instabilidade de preços foi causada pela “atividade especulativa, não realmente como resultado de compra e venda de café físico”.
Os preços pagos pela Nespresso “não estiveram relacionados com o preço de mercado” e “aliviaram” a queda nos valores recebidos pelos produtores durante o declínio do mercado nesse ano.
Separadamente, Andrea Illy, presidente e diretor executivo da Illycafe, disse que o grupo italiano foi pioneiro nesse tipo de estratégia há mais de 20 anos, após o colapso dos controles dos preços mundiais, com a medida tendo sido reconhecida em prêmios éticos.
Duvoisin disse que a estratégia da Nespresso significa que o negócio não estava “ativamente” comprando café do mercado internacional, com mais de 80% dos fornecedores garantidos pelo programa de suporte ao produtor.
Para os pequenos produtores, isso forneceu benefícios “sociais e econômicos”, em um momento em que a dificuldade de ganhar sustento com o café está sendo vista na pobreza dos produtores e que a preferência dos filhos de produtores está voltada para outros setores.
As informações são do Agrimoney/ Tradução por Juliana Santin