13/06/2011 – 13h54
O Ministério Público do Trabalho (MPT) flagrou 42 pessoas em situação de trabalho degradante em uma fazenda de café, localizada no município de Oliveira, região centro-oeste de Minas Gerais e a 176 quilômetros de Belo Horizonte. Segundo o órgão, a operação, que contou com fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e policias militares, evidenciou crimes de aliciamento e condição degradante de trabalho, no dia 9 deste mês.
O grupo teria sido aliciado em São João da Ponte, cidade do norte do Estado, no início deste mês. De acordo com o MPT, eles deixaram a localidade sem ao menos saberem para quem iriam trabalhar, e não tiveram as carteiras de trabalho assinadas.
Os trabalhadores, entre eles um rapaz de 15 anos, relataram aos fiscais que recebiam apenas duas refeições diárias, compostas por arroz, feijão, salada e um pedaço de carne. Homens, mulheres e crianças eram obrigados a dividir um único banheiro, com apenas um vaso sanitário e um chuveiro. Não havia equipamento de proteção individual e os alojamentos estavam em péssimas condições de uso, sendo que algumas pessoas dormiam em colchões no chão, informou o Ministério Público.
Durante a operação, foi feito o resgate do grupo e o acerto rescisório de cada um deles. O dono da propriedade foi intimado a comparecer à Delegacia Regional do Trabalho, em Divinópolis (MG), para prestar esclarecimentos. No entanto, não foi informado o valor da multa aplicada a ele.
Em 2010, conforme dados de operações feitas para o combate ao trabalho escravo em Minas Gerais até janeiro deste ano, foram resgatados 511 trabalhadores em situação análoga à escravidão, informou a assessoria do Ministério do Trabalho e Emprego.
As verbas salariais devidas aos que foram encontrados nessa situação somou quase R$ 3 milhões. Ainda foram lavrados 630 autos de infração, segundo relatório do ministério.