02/08/07
A greve dos fiscais federais agropecuários entra, hoje, no décimo dia ainda sem solução. Ontem, a associação nacional da categoria esteve reunida com a comissão de agricultura da Câmara Federal, que prometeu intervir junto ao governo federal para apressar uma negociação.
De acordo com Terezinha Mazza, representante do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários desde a primeira paralisação – em junho, quando a categoria parou por 11 dias, retomando a greve no último dia 24, após 20 dias sem retorno do Ministério da Agricultura -, o governo federal apresentou apenas uma proposta formal. “De reajustar apenas o salário-base, em 4% em 2008, 4% em 2009 e 4% em 2010”, afirma.
Nesta segunda greve, segundo ela, as propostas foram apenas informais e não agradaram aos fiscais. “Na última quinta-feira de manhã, eles propuseram apenas 5,7% de reajuste e, na sexta-feira, a última proposta foi de mexer apenas na gratificação: de R$55 passaria a R$100, também para ser dividido nos três próximos anos”, explica.
Mazza ainda comenta que desde 2005 a categoria vem tentando negociar com o governo federal. Segundo ela, as reivindicações foram repassadas, formalmente, no final de novembro de 2006. “E ainda não fomos atendidos. Pedimos que sejas discutidos os 42% da tabela do vencimento e a gratificação com reajuste de 100%. Queremos ainda a reestruturação da carreira e a criação de uma Escola Superior de Fiscalização”, completa. Ela ainda reclama que atualmente, por falta de um centro de capacitação, 390 fiscais aprovados no último concurso estão indo a campo sem estarem aptos.
“A greve já está trazendo reflexos em todo o País. Na Região Sul esses reflexos são mais significativos, principalmente por ser onde o movimento nos portos, fronteiras e frigoríficos são mais intensos”, afirma Mazza. Ela diz que até o final desta semana, a Associação dos Fiscais Federais Agropecuários no Paraná deve divulgar o montante de mercadorias que estão paradas no Estado.
O departamento aduaneiro da Estação Aduaneira de Interior (EADI) Sul afirmou que, ontem, o número da caminhões, apenas no pátio local, era de 764, sendo 489 de importação (que dependem da fiscalização do Ministério da Agricultura para liberação) e 275 de exportação.
O Ministério da Agricultura, através da assessoria de imprensa, confirmou que não há novidades quanto às negociações com os fiscais.