No caso da carne bovina, são cerca de 1200 containers que deixam de ser embarcados por dia.
São Paulo, 23 de maio de 2018
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) e a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), representando mais de 170 empresas e cooperativas da cadeia produtiva e exportadora de proteína animal em atividade no Brasil, informam que as greves dos caminhoneiros estão impactando diretamente o setor produtivo de carnes em todo o país.
Ao todo, 129 unidades produtivas das empresas associadas de carnes bovina, suína e de aves estão paralisadas na data de hoje (23), com previsão de que, até a sexta-feira (25), mais de 90% da produção de proteína animal seja interrompida caso a situação não se normalize, somando mais de 208 fábricas de diversos portes paradas no Brasil.
Com os bloqueios nas rodovias, que impedem o acesso dos insumos necessários à produção e impossibilitam o escoamento de alimentos, deixaram de ser exportadas 25 mil toneladas de carne de frango e suínos, o equivalente a uma receita de US$ 60 milhões que deixa de ser gerada para o país. No caso da carne bovina, são cerca de 1200 containers que deixam de ser embarcados por dia.
Mais de 85 mil funcionários das indústrias e cooperativas de proteína animal de diversos portes estão com as atividades suspensas nas unidades produtivas. Da mesma forma, os diversos fornecedores de insumos também estão sendo impactados.
Os estabelecimentos menores e de cidades pequenas ou regiões metropolitanas – que mantém um ciclo de entrega de produtos a cada dois dias – já estão com o abastecimento comprometido. Essa dificuldade pode atingir os grandes centros nos próximos dias.
Além de haver o risco real de desabastecimento, com a greve, o setor de proteína animal, que emprega mais de 7 milhões de pessoas e é responsável pela produção de mais de 25 milhões de toneladas de alimento/ano.
A ABIEC e a ABPA reiteram que o movimento é um direito da categoria, mas reafirmam a importância da manutenção do transporte de alimentos para a população. As consequências já ganharam contornos graves e o setor produtivo entende que é necessário que sejam tomadas as devidas medidas por parte dos governantes para que a situação seja sanada o quanto antes.