Greve de auditores prejudica as exportações ao Mercosul

A greve nacional dos auditores fiscais da Receita Federal já prejudica a exportação de produtos brasileiros para países do Mercosul, especialmente Argentina e Paraguai. Ontem, além de 700 caminhões parados na estação aduaneira de Foz do Iguaçu (PR), existia uma fila de mais de três quilômetros de caminhões brasileiros, que tentam atravessar para os países vizinhos, à espera de liberação pela Receita Federal.

Técnicos da Receita ouvidos ontem pela Folha informaram que os auditores estão liberando cargas de animais vivos, perecíveis, medicamentos e inflamáveis. Em média, desde 15 de maio, quando os auditores em Foz do Iguaçu aderiram à paralisação nacional da categoria, uma carga leva uma semana para ser liberada na estação aduaneira de Foz do Iguaçu.

O delegado sindical da Unafisco (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal) em Foz, Gerson Minami, disse que a categoria está cumprindo a lei, que determina que pelo menos um terço dos auditores continue trabalhando.

“O problema das filas é que houve aumento das exportações brasileiras nos últimos dias, e isso está se refletindo no maior número de caminhões passando pela aduana”, disse Minami.

A greve nacional dos auditores fiscais começou há um mês. A principal reivindicação da categoria é a criação de um plano de cargos e salários. Na última terça-feira, houve um primeiro encontro entre a Unafisco e o governo federal, mas não houve propostas por parte do governo para o fim da greve.