Vaivém das commodities
MAURO ZAFALON
Grãos terminam setembro com forte queda
Os produtos agrícolas terminam setembro com forte queda nos preços nas Bolsas de mercado futuro. Até o café, líder de altas nos últimos meses, caiu. A queda, de 1% no mês, foi bem menos acentuada, no entanto, do que a de outras commodities.
O líder no recuo de preços foi o farelo de soja. Negociado a US$ 440 por tonelada há um mês, o produto esteve a US$ 305 nesta terça-feira (30). O recuo acumulado do produto é de 31% no período.
Com a melhora na oferta de soja, a moagem da oleaginosa será maior, afetando os preços. Nos últimos 12 meses, o farelo tem queda de 26%.
Já a soja, embora acumule recuo menor nos últimos 30 dias –queda de 16%–, já perdeu 29% nos preços em 12 meses na Bolsa de Chicago.
Produção maior e influência do mercado financeiro afetaram também os preços das demais commodities.
O trigo terminou o mês passado com queda de 13%, recuando para US$ 4,78 por bushel. Nos últimos 12 meses, a recomposição dos estoques do cereal fez o preço cair 30% na Bolsa de Chicago.
O milho, cuja produção deverá superar as estimativas iniciais nos Estados Unidos, termina setembro com baixa de 11%, acumulando recuo de 27% em um ano.
A alta externa do dólar afetou também os preços na Bolsa de commodities de Nova York, onde apenas o cacau teve alta no mês passado.
A preocupação dos participantes do mercado de cacau com os efeitos do ebola nos países vizinhos à Costa do Marfim, líder mundial na produção de cacau, fez a commodity subir nos últimos 30 dias. Os preços atuais são 25% superiores aos de há um ano.
Já o açúcar, devido à queda de produção no Brasil, maior produtor mundial, conseguiu elevação de 9% nos preços dos últimos sete dias. Essa alta não foi suficiente, no entanto, para uma recuperação dos preços, que ainda se mantêm 11% inferiores aos de há um ano.
O algodão e o suco de laranja têm comportamento inverso. Enquanto o primeiro caiu 28% em 12 meses, o suco teve alta de 10%.
Os preços dos grãos no mercado interno acompanharam os do externo, registrando queda. A soja caiu 18%, enquanto o milho perdeu 5% nos preços. Já as carnes, devido à demanda externa, subiram no mês passado.