Grandes multinacionais estão expandindo sua atuação direta no Vietnã, maior produtor de café robusta do mundo

20 de outubro de 2011 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

20/10/2011 
  
 
 
Por Isis Almeida | Bloomberg | Valor


Grandes multinacionais estão expandindo sua atuação direta no Vietnã, maior produtor de café robusta do mundo, como forma de garantir o abastecimento depois que tradings locais não conseguiram cumprir os contratos de entrega, informou a francesa Louis Dreyfus. As disputas com exportadores de países produtores aumentaram depois que os preços subiram até 55% no ano passado.


“As contínuas quebras de contrato dos exportadores vietnamitas só serviram para acelerar a tendência de processamento das companhias multinacionais no Vietnã, sobretudo nos últimos 12 meses”, disse Trishul Mandana, diretor-gerente da unidade de café da Dreyfus em Genebra. “Hoje, a única maneira pela qual as multinacionais podem garantir o fornecimento para as torrefadoras é se abastecendo localmente”. A Dreyfus embarca anualmente cerca de 8,5 milhões de sacas de café verde do país.


Jan Luehmann, diretor de comércio da Sucafina, trader de café com sede em Genebra e escritórios locais no Vietnã, afirmou que os exportadores vietnamitas de café adiaram ou cancelaram entregas de até 60 mil toneladas em junho e julho.


“Não quero especular se é atraso ou quebra de contrato porque há contratos assinados com entrega nos próximos meses”, disse Luong Van Tu, da Associação de Café e Cacau de Hanoi. Entre os seus 80 membros estão as tradings Dreyfus, Olam International e Noble Group.


De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o Vietnã tornou-se o maior produtor de café robusta do mundo em 1997/98, superando a Indonésia, e foi o segundo maior em todos os outros tipos de grãos em 1999/00. Desde então, a produção do país dobrou, na medida em que as torrefadores buscaram reduzir os custos utilizando mais o robusta – essa variedade de café custa 60% a menos que o arábica.


A produção de café no Sudeste Asiático deverá atingir o recorde de 22 milhões de sacas de 60 quilos na safra que se inicia este mês, ou 1,32 milhão de toneladas a mais que no período passado.

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