“Temos que garantir a comercialização desta safra e a da seguinte. Para isso, vamos utilizar os instrumentos atuais, como a formação de estoques. Se precisarmos alterar medidas relacionadas à política agrícola, vamos agir. É importante que o agricultor acredite na próxima safra.” A declaração é do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, ao anunciar, nesta segunda-feira, em Brasília, 3º Levantamento da Safra de Grãos 2008/2009 e a 4ª Estimativa de café para 2008.
Em relação à cultura do arroz, o ministro enfatizou que a produtividade deverá ser mantida e que existe um milhão de toneladas em estoque, o que é suficiente para abastecer o mercado interno e continuar assegurando preços remuneratórios para o produtor. No caso do feijão, a produção deve ter aumento de 20% e o preço da saca está em torno de R$ 110. “O ideal seria reduzir para até 90 reais, o que ainda é remuneratório para o produtor”, explicou.
Stephanes ressaltou, ainda, que o crescimento agrícola alcança, em média, 4,6% ao ano. Desses, 3,5% está relacionado à produtividade. “Vale destacar que, em 2007, alcançamos 9%, o que é um resultado extraordinário e o consumo da produção agrícola é de 2% ao ano”, acrescentou.
O último levantamento da safra do café, realizado neste ano pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), aponta colheita de 46 milhões de sacas de 60 quilos. O resultado é 27,5% superior à safra passada, de 36 milhões de sacas.
De acordo com o diretor do Departamento do café, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Lucas Tadeu Ferreira, o foco da cafeicultura é a geração de renda, principalmente do pequeno agricultor. “Para isso, temos o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) que, neste ano, tem previsto no orçamento R$ 2,5 bilhões. Destes, R$ 2 bilhões já foram repassados para apoiar todo o setor. A previsão para 2009 é de aumentar esses investimentos em 20%.