Novas regras estabelecem padrões de pureza e qualidade mínimos
23/05/10
Novas regras estabelecem padrões de pureza e qualidade mínimos
Fabricante que não atender aos critérios terá lotes recolhidos e será autuado; governo poderá fechar indústria
GABRIEL BALDOCCHI DE BRASÍLIA
As marcas de café comercializadas no país terão de passar no teste de qualidade com um provador profissional da bebida. O Ministério da Agricultura publica nesta semana instrução normativa que prevê padrões de pureza e qualidade mínimos.
O teste será feito aleatoriamente com amostras retiradas das prateleiras do comércio. O governo vai checar ainda se o fabricante obedece ao teto de 1% para as impurezas, que passará a ser exigido na norma.
Provadores vão avaliar as características sensoriais do café. Os testes servem para apurar desde aroma e acidez até a finalização para apontar o gosto predominante na boca. A metodologia é inédita no mundo e se assemelha àquela usada pelos sommeliers na avaliação de vinhos.
A pureza do café é medida hoje pela Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café), que atesta o cumprimento do teto com um selo. Segundo a instituição, 1.040 das 2.300 marcas nacionais são certificadas.
Nos casos em que a auditoria da Abic encontrou irregularidades, as impurezas variaram de 5% a 25%.
Além de oficializar e expandir a auditoria de pureza, o governo vai incorporar a metodologia para checagem de qualidade do café. Cerca de 180 técnicos que fazem a classificação dos grãos serão treinados para monitorar o produto industrializado.
Os fiscais vão inspecionar as linhas de produção das fábricas e as amostras coletadas no comércio serão enviadas para um laboratório.
AUTUAÇÃO
A gradação do teste varia de 0 a 10 pontos. A escala classifica os produtos como tradicional, superior e gourmet. O governo exigirá um mínimo de 4 pontos (tradicional). Os fabricantes que não atenderem aos critérios terão os lotes recolhidos e serão autuados. Em caso de reincidência, o ministério poderá fechar a indústria.