04/12/2009 – O início do pagamento, pelo Ministério da Agricultura, aos participantes do leilão de opções de café na próxima semana mostrará que o governo está realmente interessado em acumular estoques, ao contrário do que especulavam alguns agentes de mercado. Essa é a avaliação do secretário de Produção e Agroenergia do ministério, Manoel Bertone. “Semana que vem, vamos começar a pagar, e vão ver que queremos formar estoques. As pessoas não acreditavam que a gente queria isso”, afirmou o secretário.
Ele salientou, entretanto, que a acumulação de café pelo governo não será feita a qualquer custo, ainda que se acredite na tendência de elevação contínua dos preços nos próximos meses. “Acredito na elevação do preço. Sempre acreditei. Os preços têm que viabilizar a atividade no Brasil”, afirmou Bertone. “Queremos formar estoques, mas a esses preços”, acrescentou, citando os valores a serem pagos pelo governo para a saca de café nos leilões:- de R$303,00 para o vencimento de novembro, de R$309,00 para janeiro, de R$311,00 para fevereiro e de R$314,00 para março.
Bertone aproveitou para rebater críticas a respeito dos preços determinados pelo governo. Na avaliação de alguns analistas, foi uma forma clara de interferir no mercado visando a alta. “O governo não errou na determinação dos preços. Os preços dos contratos de opções não foram exagerados. Levaram em conta o custo de produção variável mais 10% de margem mais o carrego. Pagar R$303,00 (novembro) não é preço alto para café”, argumentou o secretário.
Bertone voltou a admitir que o primeiro vencimento do leilão de opções apresentou alguns problemas durante os trâmites, em função da falta de uso do instrumento nos últimos anos. Para os próximos, ele aguarda que a situação já esteja consolidada e que a operação flua de forma melhor. O primeiro obstáculo visto no primeiro vencimento foi a quantidade, segundo Bertone. Dos 3 milhões de sacas que o governo pretende arrematar em quatro exercícios, 1 milhão era deste primeiro lote.
O secretário lembrou também que os participantes do primeiro vencimento do leilão eram, em sua maioria, produtores independentes. “Houve maior dificuldade de encaixar o café na qualidade exigida pelo edital”, disse. Nos próximos vencimentos, a maioria dos participantes é formada por cooperativas. “Teoricamente, será mais fácil de conduzir o processo”, previu. Bertone disse acreditar que nos próximos exercícios não aparecerão tantas “novidades” como no de novembro.
Segundo o secretário, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), responsável pela operação, chegou a receber café fermentado e café moca – que estavam fora das especificações. “Vi um lote com 30% de café moca, 44% de peneira 17 e 18. Excepcional, mas a Conab não estava aceitando, porque estava fora dos padrões”, relatou.
As informações partem da Agência Estado.
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