20/12/2012
Carine Ferreira | Valor Economico
O secretário de produção e agroenergia do Ministério da Agricultura, José Gerardo Fontelles, disse que o governo vem discutindo com o setor produtivo um plano estratégico para o setor de café. Em entrevista ao Valor Pro, Fontelles afirmou que o plano deverá estar pronto até março do próximo ano e tem por objetivo reduzir a volatilidade dos preços do produto.
Segundo o secretário, o plano de trabalho já está pronto, falta apenas acertar os detalhes das estratégias com o setor produtivo.
A intenção, segundo Fontelles, é mostrar quais os fundamentos que norterão o futuro da atividade. Uma política de custeio, estocagem e para a safra estará delineada em março. “Precisamos informar ao mercado, tudo precisa estar mapeado”, disse
Uma das metas é acabar com as medidas pontuais, como a que está sendo avaliada pelo Ministério da Fazenda de prorrogação do prazo dos financiamentos de estocagem e de custeio atrelado à estocagem do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), hoje de 180 dias para 240 dias (mais 60 dias). Outra medida que deve ser aprovada é a realocação de R$ 180 milhões para custeio.
A prioridade, segundo Fontelles, será a renovação, adensamento, mecanização e aumento da produtividade da atividade. “Não se pode plantar com baixa eficiência”, referindo-se à possibilidade de o governo não incentivar o financiamento para aumento de área cultivada com o grão. “Precisamos estabelecer prioridades”, salienta.
Um plano plurianual (2012/2015) já foi apresentado este ano, em junho. E prevê, entre outras políticas, segundo o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro (foto: divulgação CNC), acesso a financiamento para a formação de estoques estratégicos, fundo garantidor para disponibilizar novos recursos sem exaurir o Funcafé, georreferenciamento nas áreas produtoras do país para detalhar o tamanho, idade e capacidade produtiva do parque cafeeiro nacional, recursos para pesquisa e certificação, reativação do Centro de Inteligência do Café.
Brasileiro diz que o plano estratégico é para garantir renda à atividade e diminuir a especulação no mercado.