Governo não pretende comprar café por meio de opções, diz Bertone

Por: Agência Estado

Santos, 8 – O secretário de Produção e Agroenergia, Manoel Bertone, do Ministério da Agricultura, disse hoje que o governo não tem intenção de comprar café por meio do lançamento de contratos de opções, cujas regras de edital serão anunciadas em breve. Segundo ele, o objetivo é sustentar os preços do café em níveis que possam garantir renda ao produtor, de modo que se possa consolidar o parque cafeeiro nacional e, aos poucos, promover renovação e investimentos em tecnologias nos cafezais.


Bertone esteve hoje em Santos (SP) para discutir com exportadores de café a atual situação da cafeicultura e esclarecer dúvidas sobre as políticas e as estratégias do governo para o setor. Bertone revelou que a ocasião também era oportunidade para se encontrar com o recém eleito presidente da Associação Comercial de Santos (ACS), Michael Timm, também diretor geral da Companhia Stockler, que este ano tem se ranqueado como a maior exportadora de café do País.


O secretário Bertone explicou que se o governo tivesse intenção de comprar café, interrompendo o fluxo de comercialização do produto, já o teria feito por meio de outros instrumentos, como os Empréstimos do Governo Federal, com Opção de Venda (EGF-COV). Ou teria sinalizado o lançamento de contratos de opção com vencimento este ano, para julho ou agosto, por exemplo. “Não queremos interromper o fluxo de comércio. Queremos que o preço do café suba para que o governo não precise comprar o produto. A função do governo é fazer com que a produção não caia. Se o preço do café continuar no atual nível, vamos ter menos café porque a área de plantio vai diminuir”, argumentou.


Ele ressaltou que a política atual do governo é de não ter estoques de café. Nesse sentido, Bertone informou que os estoques oficiais do grão, estimados em cerca de 500 mil sacas, deverão ser vendidos nos próximos meses, mesmo durante o período de colheita da atual safra, que já começou nas regiões produtoras. Segundo ele, poderão ser colocadas à venda, por meio de leilão, perto de 20 mil sacas ao mês, “o que não afeta o mercado”.

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