BRASÍLIA – O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, participou de reunião ontem com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, na qual foram foram definidas medidas de ajuda ao setor cafeeiro, que está sofrendo com a queda no preço do grão, atualmente em R$ 211 a saca. Para os cafeicultores, o preço mínimo ideal para cobrir os custos de produção é de R$ 320.
Segundo Stephanes, o governo lançará um programa de compra de contratos de café no mercado futuro para a próxima safra. O objetivo é definir um nível “aceitável” para a cotação mínima do produto nos próximos meses. A quantidade e o valor a serem adquiridos, no entanto, só serão definidas no final de fevereiro.
O programa, ressaltou o ministro, será lançado em março ou abril. A equipe econômica também concordou em adiar para 2010 parte da dívida do setor que venceria neste ano.
O resultado da reunião não agradou aos representantes do setor, que permaneceram na frente do ministério durante o encontro. O governo não atendeu à reivindicação dos cafeicultores em pagarem até 5% da dívida em café em vez de desembolsarem dinheiro. “O café passa por uma crise sem precedentes. Desde novembro, o setor demitiu 500 mil pessoas”, reclamou o presidente do Conselho Nacional do Café, Gilson Ximenes Abreu.
Também ficou decidido na reunião que o Conselho Monetário Nacional (CMN) deve liberar nesta semana R$ 700 milhões para financiar o capital de giro das cooperativas agrícolas. O dinheiro será liberado por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
No início do ano, Stephanes tinha anunciado a destinação de R$ 2 bilhões às cooperativas para facilitar a comercialização da safra. De acordo com ele, o governo ainda não definiu a fonte de recursos para o R$ 1,3 bilhão restante.
O ministro também anunciou que o governo prorrogará por 90 dias o prazo para os bancos converterem os débitos dos produtores que aderiram à renegociação da dívida rural. De acordo com o minstro Stephanes, a medida deve sair até a próxima semana.
O governo lançará um programa de compra de contratos de café no mercado futuro para a próxima safra. O objetivo é definir um nível “aceitável” para a cotação mínima do produto.
Agência Brasil