Sarah Barros
BRASÍLIA – O secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Manoel Bertone, defendeu nesta quinta-feira preços mínimos para a compra, pelo governo, da saca de café da próxima safra, superiores aos apresentados na semana passada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Na próxima semana, o ministério deve anunciar o programa de contratos de opção pública de venda de café com os valores negociados.
Com a revisão do CMN, o preço mínimo da saca de 60 quilos do café do tipo arábica subiu de R$ 211,75 para R$ 261,69. Já para o café do tipo robusto, o reajuste foi de 25,8%, passando de R$ 124,40 para R$ 156,57 a saca. Os produtores defendem valores mais elevados, na ordem dos R$ 300.
“O ministério tem consciência de que os preços precisam ser maiores. […] Ainda estamos negociando estes preços com o Ministério da Fazenda e devemos ter essa negociação concluída na semana que vem e poderemos anunciar o programa completo”, avaliou. Ontem, o ministro da Agricultura defendeu valores entre R$ 306 e R$ 320.
Os leilões, previstos para ocorrer entre maio e junho, permitem a produtores vender parte da produção ao governo, entre novembro de 2009 e março de 2010, a preços mais atrativos que os do mercado, compensando os custos da produção. “Isso transmite ao mercado que o governo tem consciência de que os preços para novembro a março devem ser melhores para remunerar os produtores pelos custos de produzir”, diz.
A proposta é que o governo possa comprar 3 milhões de sacas de café dos 39 milhões a serem produzidos. “O mercado há de perceber que o governo está comprando 10% da produção caso os preços não atinjam [os custos]. Como sabemos que a demanda é grande pelo consumo interno e pela necessidade de exportação, o mercado passará a ter estes preços como parâmetro futuros para toda a safra brasileira”, disse.