“Não conseguimos entender como o governo atende a um interesse privado, ao invés de pensar no coletivo”, critica deputado Luis Carlos Heinze.
O deputado federal Luis Carlos Heinze e outros parlamentares da bancada do agronegócio estão revoltados com a decisão do governo de alterar a forma de cobrança do direito antidumping sobre a importação do glifosato da China. Apesar da pressão de Heinze nos últimos meses, o Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu criar um preço de referência de US$ 3,60 pela quantidade importada.
Indignado, o parlamentar gaúcho, um dos que mais pressionou para que mudança no cálculo não fosse feita, alerta que o efeito nos custos de produção da lavoura e no preço dos alimentos será sentido. “O aumento da alíquota irá recair, infelizmente, sobre o bolso dos agricultores e, consequentemente, dos consumidores, pois este é o fertilizante mais utilizado no campo”, evidencia.
Heinze alerta que os reflexos incidirão também sobre os números da inflação. Ele acrescenta também que o ato governamental tem como finalidade proteger uma empresa multinacional, em detrimento da agricultura nacional. “Não conseguimos entender como o governo atende a um interesse privado, ao invés de pensar no coletivo”.
Outros Países
A Monsanto teve o pedido da taxa negado pela Argentina, Austrália e União Européia. Recentemente desistiu da ação nos Estados Unidos sob a alegação do vice-presidente da divisão de proteção de plantas da companhia, Kerry Preete, que o assunto precisa ser debatido com os agricultores.
Já no Brasil, afirma Heinze, enquanto os valores pagos pelos produtos agrícolas despencam com ameaça de redução de preço mínimo de alguns grãos, o produtor continua pagando os insumos mais caros do planeta.