14/03/2014
O Governo do Espírito Santo vai disponibilizar quatro mil toneladas de calcário para dois mil cafeicultores de 30 municípios capixabas. A ação faz parte do programa ‘Calcário Correto’ coordenado pela Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) para melhorar a produtividade e a produção das lavouras de café na região Centro Sul do Estado.
Para receber o calcário, o cafeicultor terá que se comprometer a usar um conjunto de tecnologias orientadas pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), numa área de um hectare da lavoura, principalmente relacionada à prática da “calagem”, que contribui para corrigir a acidez do solo, o que favorece a absorção dos nutrientes naturais disponíveis na terra e o melhor aproveitamento do adubo.
“O grande objetivo do Governo do Espírito Santo com este Programa é corrigir as desigualdades regionais da produtividade dos nossos cafés e com isso melhorar a renda das famílias rurais da região Centro Sul do Estado”, destaca o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli.
O repasse do calcário aos cafeicultores será realizado por meio de um ‘Chamamento Público’, que já está aberto. Para participar do processo, os interessados têm até o dia 21 de março para apresentar as propostas elaboradas por intermédio de associações de produtores, cooperativas, sindicatos rurais e secretarias municipais de Agricultura nas unidades do Incaper. O resultado final será apresentado em abril.
Serão contemplados entre 20 e 130 produtores por município, de acordo com a importância que a cafeicultura possui em cada um dos 30 municípios definidos na área de abrangência do Programa.
Benefícios da calagem – De acordo com o Incaper, na agricultura o calcário é um dos insumos que proporcionam maior retorno financeiro, tendo em vista que se trata de um produto de baixo custo e com respostas consideráveis no incremento da produtividade e consequentemente da produção.
O uso do calcário para a correção da acidez do solo traz benefícios inestimáveis à agricultura, dentre os quais a melhoria das propriedades físicas, químicas e biológicas dos solos, a redução da toxicidade de alguns elementos minerais e influência na disponibilidade de nutrientes para as plantas, desde que a aplicação seja de forma adequada, dentro dos princípios de sustentabilidade ambiental e a partir das necessidades apresentadas após a análise laboratorial do solo.
Pesquisas agrícolas comprovam que os solos no Espírito Santo apresentam elevada acidez e baixos teores de alguns nutrientes, principalmente cálcio e magnésio, essenciais para o desenvolvimento das plantas. “Quando se realiza a calagem adequadamente, diversos efeitos favoráveis são combinados e agem ao mesmo tempo para melhorar a produtividade das lavouras, pois ela corrige a acidez do solo, fornece cálcio e magnésio, aumenta a eficiência de utilização de fertilizante, diminui os efeitos tóxicos do alumínio, do manganês e do ferro, além de aumentar a retenção de alguns nutrientes no solo”, ressalta o engenheiro agrônomo do Incaper, Lucio De Muner, coordenador do programa Calcário Correto.