Gerdau faz sua terceira aquisição nos EUA em um mês

05.04.2006

6 de abril de 2006 | Sem comentários Comércio Empresas
Por: Revista Exame

Dessa vez o alvo foi a Sheffield Steel, uma usina de pequeno porte de Oklahoma. O negócio foi fechado em 170 milhões de dólares

Por Fabrícia Peixoto


EXAME A Gerdau Ameristeel, subsidiária da Gerdau nos Estados Unidos, anunciou nesta quarta-feiar (5/4) a compra de mais uma unidade produtiva naquele país. Dessa vez, o alvo foi a Sheffield Steel, uma usina de pequeno porte produtora de aços longos, localizada em Sand Springs, Oklahoma. O negócio foi fechado em 170 milhões de dólares, sendo que 76 milhões correspondem a dívidas antigas da Sheffield.


O setor siderúrgico está passando por um forte processo de consolidação em todo o mundo. De acordo com o vice-presidente da Gerdau, Frederico Gerdau Johannpeter, a posição da companhia brasileira é de “compradora”.


“No Brasil é praticamente impossível crescer e o mercado americano ainda oferece boas oportunidades”, diz o executivo. Segundo ele, existem cerca de 15 bancos de investimento prospectando o mercado siderúrgico atualmente, em busca de compradores e vendedores. “Não apenas no setor siderúrgico, como também no de minério e sucata”, diz.


Com a aquisição da Sheffield, a Gerdau passa a ter 23% de participação no mercado americano, em volume de produção. A capacidade produtiva da Sheffield é de 600 000 toneladas por ano. O negócio deve ser concluído dentro de dois meses e será submetido a agências reguladoras.


Expansão internacional


A compra da Sheffield é mais um passo em direção à consolidação da Gerdau no mercado internacional. A maior parte da produção da companhia tem origem no exterior (10,7 milhões de toneladas), contra 8,5 milhões produzidos no Brasil. A Ameristeel, por exemplo, é dona de 15 usinas nos Estados Unidos.


Já a estréia da Gerdau na China, tão esperada pelo mercado, não será fácil. Segundo Johannpeter, a cultura local com relação a negócios é mais complicada do que a ocidental. “O processo é bastante diferente nessa região. É preciso achar um sócio, e ainda aprender a lidar com um sócio que é estatal. A tecnologia siderúrgica é a mesma, o problema é a administração”, diz o executivo. Ele acredita que a Gerdau tem potencial para estar entre as 10 maiores siderúrgicas do mundo (atualmente é a 13ª).

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