17/04/06
Quem diria que uma geada poderia ser tão positiva na vida de um cafeicultor. Pois foi exatamente com a perda de grande parte do cafezal que o produtor Pedro Cheguera, de Arapuá, resolveu modificar a vocação da propriedade, adotando o manejo orgânico.
O primeiro cultivo orgânico do sítio, conta Cheguera, foi o maracujá. Depois de aprender as técnicas agroecológicas, o agricultor resolveu arriscar com o café e a experiência deu tão certo que hoje parte da produção é comercializada em Curitiba, para uma empresa de exportação.
A correção do solo com minerais e o investimento na adubação verde, com a mamona gigante, foram as principais medidas adotadas pelo agricultor. O consórcio com culturas de subsistência, como arroz e feijão, também contribuiu para a concentração ainda maior de matéria orgânica no solo. “Percebi que não só a qualidade do solo melhorou como também a qualidade do cafezal, que produziu folhas mais sadias, as quais resisitiram melhor às geadas”, assinala. No ano passado, o café de Cheguera conquistou o primeiro lugar na etapa regional do Concurso Café Qualidade Paraná, coordenado pela Emater.
A adoção das práticas orgânicas influenciou ainda na diminuição do trabalho familiar. “Além de cobrir o solo, a mamona impede o crescimento exagerado do mato. Dessa forma, não precisamos capinar sempre”, comemora.
Mariana Guerin
Fonte: Folha de Londrina