Geada dizimou os cafezais – História do café no Brasil

06/06/2009

Por: DIÁRIO DE MARINGÁ - PR

06/06/2009 


Geada dizimou os cafezais 

Na madrugada de 16 para 17 de julho de 1975 um verdadeiro cataclisma se abateu sobre a cafeicultura paranaense, com profundos reflexos no mercado brasileiro e mundial.


Contam os antigos que a geada daquele ano foi diferente, veio junto com uma chuva; nevou em Curitiba. No resto do Estado um vento gelado ajudou a dizimar os 850 milhões de pés de café, que formavam a base econômica do Estado.



A chamada “geada negra” torrou os pés de café das folhas até a raiz, sem chance de recuperação. O interior do Paraná amanheceu, literalmente, coberto por uma mancha negra. Tudo o que era verde morreu.



Não apenas o café, mas toda a vegetação foi queimada. Do dia para a noite, trabalhadores do campo ficaram sem trabalho, ricos cafeicultores faliram, empresas fecharam. A partir dali, o Paraná nunca mais seria o mesmo.



Segundo especialistas, a geada de 1975 foi a responsável pela mecanização da agricultura no Paraná. Para se ter uma idéia da dimensão, basta lembrar que na safra de 1975, colhida antes da geada, o Paraná havia produzido 10,2 milhões de sacas de café – 48% da produção nacional.



O Estado era o maior centro mundial de café e tinha uma produtividade superior à média nacional. Na safra seguinte foram colhidas apenas 3,8 mil sacas.



Nenhum grão de café foi exportado e a participação paranaense na produção brasileira caiu para 0,1%. O governador da época, Jayme Canet Júnior, teve que reduzir o orçamento do Estado em 20% para se adaptar à nova realidade.

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