Antonio Sergio Revista Cafeicultura
A recente geada que assolou as regiões cafeeiras do Cerrado Mineiro e Mogiana causou preocupações significativas entre os produtores. Os relatos de maior impacto foram registrados em cidades como Pedregulho, em São Paulo, e Araxá, Rio Paranaíba, Serra do Salitre, Patrocínio, Monte Carmelo, Estrela do Sul, Indianópolis e Araguari, em Minas Gerais. As lavouras dessas áreas, especialmente as localizadas em regiões mais suscetíveis ao frio, sofreram com a geada de capote.
Esse tipo de geada, embora não provoque a queima total das plantas, afeta as partes vegetativas mais novas, interferindo na dominância apical. Como consequência, ocorre uma super brotação, que poderá comprometer a produção de café nessas áreas nos próximos dois anos. Além dos danos imediatos, essa condição pode dificultar a gestão das lavouras, exigindo cuidados extras por parte dos produtores.
A preocupação agora se volta para a previsão de uma nova e mais intensa onda de frio, esperada para a madrugada de terça-feira para quarta-feira, 13 de agosto. Desde o início, essa data foi identificada como a de maior risco para as lavouras, e a expectativa é de que os danos possam ser ainda mais severos.
Efeitos Fisiológicos do Frio na Planta de Café
O frio extremo pode ter impactos significativos na fisiologia da planta de café. Temperaturas abaixo do ideal causam danos às partes mais jovens e sensíveis, como brotos e folhas novas, resultando na perda de dominância apical. Essa condição leva a uma super brotação descontrolada, o que pode reduzir a capacidade produtiva da planta. Além disso, o estresse causado pelo frio pode enfraquecer as plantas, tornando-as mais vulneráveis a doenças e reduzindo a eficiência na absorção de nutrientes. Essas consequências fisiológicas podem comprometer a produtividade das lavouras por até dois anos, exigindo atenção redobrada dos produtores para minimizar os impactos.