SÃO PAULO – Após uma negociação relâmpago, o fundo Gávea Investment Fund, gerido pelo ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, acaba de acertar a compra de 25% da Multiterminais, empresa que opera o terminal 2 (Tecon2) de contêineres do porto do Rio.
A gestora adquiriu metade da participação de um dos ex-sócios fundadores da Multiterminais, Geraldo Sá. Na operação, Sá também vendeu os outros 25% de sua parcela para o já sócio, o grupo Fink, que passa a controlar a empresa com 75%.
Com a transação, cujo valor não foi revelado, a Gávea faz sua estréia nos investimentos no setor de infra-estrutura e logística. “Já tínhamos feito pequenos aportes na fazenda de café e na BRA (empresa de aviação), mas este é o investimento de maior porte da carteira”, explica Fraga. “Nos interessamos por esse projeto, porque nos parece ter potencial dentro de um setor nobre, que tende a crescer”, completou ele. O fundo que fez o investimento tem estrutura offshore e os cotistas são investidores estrangeiros.
O grupo Fink vem aumentando a participação em ativos de infra-estrutura portuários. Além de ser agora controladora da Multiterminais, a Fink também é co-controladora, junto com o Opportunity Fund, da Santos Brasil, operadora do maior terminal de contêineres da América do Sul, no porto de Santos.
Com receita líquida de R$ 206 milhões registrado no ano passado, a Multiterminais atua na área de logística, que opera o terminal de contêineres 2 do porto do Rio (quinto maior do país), o terminal de veículos do porto (Multi-Car) e ainda três portos secos, no interior do Rio e de Minas Gerais. O Tecon 2 do porto fluminense, operado pela Multi-Rio (empresa da Multiterminais) movimentou em 2006 175 mil TEUs (medida equivalente a contêiner de 20 pés), 5,5% mais do que no ano anterior. Já o terminal da Multi-Car movimentou 160,5 mil veículos no comércio de exportação e importação, o que significou um aumento de 103% em relação à 2005.
Segundo Richard Klien, sócio da Fink e presidente do Conselho de Administração da Multiterminais, a prioridade agora é terminar as obras de infra-estrutura do terminal e investir na compra de novos equipamentos, além de continuar tentando resolver a questão dos gargalos. “O principal problema é a questão da pouca profundidade dos canais de acesso”, lembra Klien.
Para ele, o setor deve ter movimentações. “A tendência é a consolidação de um grande operador logístico nacional, já que no mundo todo funciona assim. Há grandes operadores internacionais de terminais portuários que dominam esse segmento. E, se não houver um grupo brasileiro liderando isso aqui, vai acabar sendo um estrangeiro”, diz. Por ora, a Multiterminais é uma Sociedade Anônima de capital fechado, mas a tendência natural é que se torne de capital aberto.
Na reorganização societária, Geraldo Sá, que também presidia a Multiterminais, será substituído nesse cargo por Thomas Klien. “O Geraldo é uma pessoa muito querida, fomos sócios 20 anos, fiz tudo que estava a meu alcance para que ele não saísse da sociedade, mas ele recebeu uma proposta de um fundo que desejava comprar 100% da empresa”, explica Richard Klien. “Pelas regras acordadas no contrato social, tivemos 30 dias para vender nossa participação ou exercer o direito de preferência e adquirir a parte dele. E para isso precisamos correr atrás de um investidor em recorde”, conta Klien, lembrando que o antigo sócio aceitou convite para continuar no conselho da Multiterminais.
Antes da conversa com o Gávea, Klien lembra que a Fink ofereceu primeiro o investimento à própria Santos Brasil, que declinou por não ter interesse em participações minoritárias. Ele explica que chegou a conversar com outros dois investidores financeiros e acabou fechando com a gestora de Armínio Fraga. Com perfil de private equity, mas aberto também a compra de ações de companhias listadas, o Gávea Investment Fund tem um patrimônio de cerca de US$ 300 milhões e foi criado em meados do ano passado.
Por Valor Econômico
Publicação: 30/01/07
Após uma negociação relâmpago, o fundo Gávea Investment Fund, gerido pelo ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, acaba de acertar a compra de 25% da Multiterminais, empresa que opera o terminal 2 (Tecon2) de contêineres do porto do Rio. A gestora adquiriu metade da participação de um dos ex-sócios fundadores da Multiterminais, Geraldo Sá. Na operação, Sá também vendeu os outros 25% de sua parcela para o já sócio, o grupo Fink, que passa a controlar a empresa com 75%.
Com a transação, cujo valor não foi revelado, a Gávea faz sua estréia nos investimentos no setor de infra-estrutura e logística. “Já tínhamos feito pequenos aportes na fazenda de café e na BRA (empresa de aviação), mas este é o investimento de maior porte da carteira”, explica Fraga. “Nos interessamos por esse projeto, porque nos parece ter potencial dentro de um setor nobre, que tende a crescer”, completou ele. O fundo que fez o investimento tem estrutura offshore e os cotistas são investidores estrangeiros.
O grupo Fink vem aumentando a participação em ativos de infra-estrutura portuários. Além de ser agora controladora da Multiterminais, a Fink também é co-controladora, junto com o Opportunity Fund, da Santos Brasil, operadora do maior terminal de contêineres da América do Sul, no porto de Santos. Com receita líquida de R$ 206 milhões registrado no ano passado, a Multiterminais atua na área de logística, que opera o terminal de contêineres 2 do porto do Rio (quinto maior do país), o terminal de veículos do porto (Multi-Car) e ainda três portos secos, no interior do Rio e de Minas Gerais.
O Tecon 2 do porto fluminense, operado pela Multi-Rio (empresa da Multiterminais) movimentou em 2006 175 mil TEUs (medida equivalente a contêiner de 20 pés), 5,5% mais do que no ano anterior. Já o terminal da Multi-Car movimentou 160,5 mil veículos no comércio de exportação e importação, o que significou um aumento de 103% em relação à 2005. Segundo Richard Klien, sócio da Fink e presidente do Conselho de Administração da Multiterminais, a prioridade agora é terminar as obras de infra-estrutura do terminal e investir na compra de novos equipamentos, além de continuar tentando resolver a questão dos gargalos. “O principal problema é a questão da pouca profundidade dos canais de acesso”, lembra Klien.
Para ele, o setor deve ter movimentações. “A tendência é a consolidação de um grande operador logístico nacional, já que no mundo todo funciona assim. Há grandes operadores internacionais de terminais portuários que dominam esse segmento. E, se não houver um grupo brasileiro liderando isso aqui, vai acabar sendo um estrangeiro”, diz. Por ora, a Multiterminais é uma Sociedade Anônima de capital fechado, mas a tendência natural é que se torne de capital aberto. Na reorganização societária, Geraldo Sá, que também presidia a Multiterminais, será substituído nesse cargo por Thomas Klien. “O Geraldo é uma pessoa muito querida, fomos sócios 20 anos, fiz tudo que estava a meu alcance para que ele não saísse da sociedade, mas ele recebeu uma proposta de um fundo que desejava comprar 100% da empresa”, explica Richard Klien. “Pelas regras acordadas no contrato social, tivemos 30 dias para vender nossa participação ou exercer o direito de preferência e adquirir a parte dele.
E para isso precisamos correr atrás de um investidor em recorde”, conta Klien, lembrando que o antigo sócio aceitou convite para continuar no conselho da Multiterminais. Antes da conversa com o Gávea, Klien lembra que a Fink ofereceu primeiro o investimento à própria Santos Brasil, que declinou por não ter interesse em participações minoritárias. Ele explica que chegou a conversar com outros dois investidores financeiros e acabou fechando com a gestora de Armínio Fraga. Com perfil de private equity, mas aberto também a compra de ações de companhias listadas, o Gávea Investment Fund tem um patrimônio de cerca de US$ 300 milhões e foi criado em meados do ano passado.