Valor
A observação nas lavouras de café neste período pós-florada leva para uma expectativa, ainda inicial, que não haverá uma supersafra. Ao contrário, em muitas regiões, será colhido um volume menor de grãos. É o que afirma um relatório técnico divulgado pela Fundação Procafé.
Neste ano, as floradas dos cafezais chegaram mais cedo, no fim de setembro. Elas são a indicação do volume da nova safra, a ser colhida em 2014.
Fontes do comércio de café estão indicando a temporada 2014/15 em 55 milhões a 60 milhões de sacas, ante 47,5 milhões de sacas em 2013/14 (dados do último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento).
De acordo com a fundação, as recentes floradas refletem os problemas enfrentados pelos cafeicultores no último ano diante dos baixos preços da commodity. Muitos produtores reduziram os tratos culturais, especialmente quanto à ultima parcela de adubação, reduzida ou retirada.
Em sequência, houve muita chuva de inverno, que “lavou” os nutrientes, especialmente o nitrogênio restante, em profundidade.
Essa condição de umidade favoreceu o ataque de doenças, como a ferrugem e a cercosporiose, mais ativas sobre plantas estressadas nutricionalmente.
Os cafezais também floresceram com as plantas bem desfolhadas. Em razão disso e dos preços baixos, cresceu a área de lavouras podadas, especialmente por esqueletamento, no sistema de safra zero, pois a baixa produtividade não compensa o tratamento e a colheita, representando outro fator de redução da capacidade produtiva do parque cafeeiro. Cafeeiros desfolhados florescem menos ou não garantem o pegamento da florada.
Neste ano, acrescenta a Procafé, observa-se um florescimento anormal já verificado em outras situações. Em muitas áreas, a chuva de florada foi pouca, o que provocou a formação de botões que não abriram ou abriram em flores pequenas.
Produtores que trataram bem as lavouras, ou variedades resistentes à ferrugem, que desfolharam pouco, apresentaram melhores floradas e haverá pegamento maior da frutificação, afirma a fundação.
CNC Café