26/08/2010
Mauro Zanatta, de Brasília
O Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou ontem o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) a financiar margens e ajustes diários exigidos por bolsas de mercadorias em operações de vendas a futuros feitas por produtores de café. A nova linha de R$ 50 milhões terá juros de 6,75% ao ano, limite de R$ 80 mil por produtor e um ano para quitação.
O Ministério da Fazenda informou que avalia ampliar o alcance da medida via subsídio de parte do prêmio cobrado de produtores nas operações em bolsas de mercadorias e futuros. A subvenção poderia, segundo afirmou o secretário-adjunto de Política Econômica, Gilson Bittencourt, substituir alguns instrumentos de apoio à comercialização das safras. \”Estamos discutindo a possibilidade de, no futuro próximo, subsidiar parte do prêmio\”, disse ele à Agência Brasil.
Na reunião ordinária, o CMN também autorizou o refinanciamento, por 12 anos, de R$ 450 milhões em dívidas de produtores de frutas e cooperativas de fruticultores em nove municípios do vale do rio São Francisco, na divisa entre Bahia e Pernambuco.
A medida ajudará na chamada composição dos débitos dos produtores, afetados pela valorização do real e a redução de demanda derivada da crise financeira global de 2008. As operações poderão ser formalizadas até dezembro deste ano por meio do Fundo Constitucional do Nordeste (FNE). O CMN incluiu no benefício as dívidas contratadas entre janeiro de 2001 e dezembro de 2009. Nos primeiros dois anos, o beneficiário pagará apenas os juros da operação.