Comentário Semanal – de 15 a 19 de julho de 2013
FRIO PROVOCA COBERTURA DE FUNDOS
Os resultados positivos de bancos americanos, e mais informações de que o FED não tem uma agenda definida sobre a diminuição de liquidez ajudaram o S&P a registrar uma nova alta histórica.
As principais bolsas de ações fecharam a semana em território positivo, assim como os índices de commodities.
O mercado de café fechou o período com alta de US$ 4.37 por saca em Nova Iorque, e US$ 6.78 por saca em Londres, com a performance do primeiro sendo muito mais volátil e errática do que a do segundo.
Prognóstico para uma noite fria na próxima terça dia 23 de julho, e relatórios de alguns meteorologistas com um tom mais forte prevendo geadas em algumas regiões (que não tem tanto café) assustaram os fundos que tem posições vendidas.
Com a puxada dos preços o gráfico também apontou pontos de cobertura de posições e na sequência de um começo de semana que já era positivo, acabamos tendo uma quinta-feira que num dado momento os ganhos atingiram US$ 6.05 centavos por libra, para então encerrarem a sessão em queda. Depois, na sexta-feira uma alta de quase 300 pontos não se sustentou e as perdas foram de 485 pontos no fim do dia – haja nervos.
O sentimento dos participantes mesmo com a alta da semana acabou ficando mais negativo ainda, haja vista que os fundos possam ter comprado até uns 10 mil contratos, e tecnicamente têm mais motivos para voltar a vender do que o contrário.
As origens aproveitaram, sabiamente, para vender o que podiam. O Brasil foi o destaque, mas todos os outros países produtores participaram da venda, tanto no contrato da ICE como no da LIFFE.
No mercado físico os diferenciais baratearam e permitiram um grande volume de negociação dos produtores para exportadores, e de exportadores para torradores.
A volatilidade implícita das opções de setembro firmou em 8.5% em função da movimentação de compra de proteções, mais do que a alta de 4% para as opções de outubro, 4% para as de dezembro e 1% para as de março de 2014.
Ainda que o frio realmente não traga riscos para as lavouras, o que na sexta era ainda mais nítido, os investidores que estão vendidos preferem não correr o risco de perderem muito com suas posições, o que faz todo o sentido diminuir a exposição.
A arbitragem entre o robusta e o arábica continua sendo o maior fator de suporte para que o primo mais nobre não venha escorregar muito, e o fechamento da semana abaixo de 35 centavos se deu em função de Londres já estar fechado quando Nova Iorque despencou na sexta-feira.
No Brasil foram divulgadas notícias de que as lideranças e o governo trabalham com um plano de opções que caso os produtores exerçam seu direito de vender, o governo então comprará seus cafés enxugando estoques do mercado – plano que sem dúvida é mais efetivo para os preços do que os que vinham sendo cogitados.
Fora o mercado de clima para agitar as cotações, só mesmo uma definição que diminua disponibilidade de café fará a alegria dos altistas.
Uma boa semana e muito bons negócios a todos.
*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Cons