O franchising brasileiro está, mais que nunca, cruzando fronteiras. O país — que ocupa o terceiro lugar no ranking mundial, com cerca de 59 mil unidades franqueadas — já tem cerca de 30 franqueadoras verde-e-amarelas no exterior, com 500 lojas em países de todos os continentes, principalmente Portugal, Espanha, Estados Unidos e México. Números que podem crescer cerca de 35% em 2006, segundo expectativas do setor.
O êxito se deve em parte a uma parceria entre a Associação Brasileira de Franchising (ABF) e a Agência de Promoção das Exportações (Apex Brasil). Pelo convênio, 13 redes receberam este ano incentivos da ordem de R$ 1,8 milhão para ações de divulgação e inserção de suas marcas no mercado externo. Elas participaram de quatro feiras internacionais e quase todas já fecharam negócios:
— A Livraria Nobel está abrindo a sexta unidade em Portugal, a Showcolate já tem lojas no Panamá, Estados Unidos e Portugal, entre outras franqueadoras. Em seu primeiro ano, o convênio com a Apex foi muito valioso. Em 2006, esperamos que mais dez empresas fechem negócios internacionais — diz o diretor-executivo da ABF, Ricardo Camargo.
Outro exemplo é o da rede de escolas de inglês Wise Up, que, depois de dez anos e mais de 120 unidades no Brasil, abriu há seis meses uma unidade no Chile e outra na Argentina. No início de 2006, serão inauguradas as escolas de Portugal e da Flórida (Estados Unidos) — neste mercado, o foco será a população latina que vive no país.
— Desde 2002, a rede vem crescendo 100% anualmente. E a internacionalização foi um caminho natural. Neste momento, nós estamos estudando propostas para abrir unidades na Austrália e no Japão — explica o executivo de Expansão, Alberto Ramos.
Precursor na internacionalização de franquias brasileiras, O Boticário — que já é a maior rede de franquias do setor de perfumaria em todo o mundo — vai fechar o ano com mais de mil pontos de venda no exterior, sendo 66 lojas, em 24 países diferentes. Em 2005, a expansão incluiu a abertura de lojas e pontos de venda na Arábia Saudita, no Egito, no Uruguai, no Japão e na Grécia.
Além de ser oportuno, é preciso sustentar a marca
— O Boticário tem uma unidade para pensar a expansão internacional, pois além de ser oportuno é preciso ter uma estratégia de sustentação. Cada cultura tem seus hábitos de consumo, cada mercado tem uma maturidade. E não se trata só de exportação, mas de internacionalização da marca — diz o gerente de Marketing Internacional da rede, Roberto Garcia Neves.
Garcia Neves diz ainda que não há uma meta de expansão internacional e, sim, focos estratégicos de atuação:
— Mas eles são mais qualitativos que quantitativos. O crescimento do número de países é uma conseqüência.