Os produtores de café de Franca e região conseguiram driblar a maior parte dos problemas em suas plantações no ano passado, obtendo uma das melhores safras da década, mas perderam feio para um inimigo comum: o dólar. A moeda americana, base para todas as negociações feitas no exterior, frustrou as expectativas de lucro dos cafeicultores com as exportações. Com o real valorizado, os negócios feitos lá fora só foram compensados pelo grande volume vendido.
O café foi um dos produtos da pauta de exportações que mais garantiram rendimento em 2008, sendo o segundo mais negociado por Franca, responsável por 12,37% do faturamento total exportado pela cidade, conforme levantamento da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento.
Em 2008, foram exportadas a partir da cidade 10,2 mil toneladas de café, totalizando recursos de US$ 28,6 milhões (R$ 66 milhões), praticamente o dobro de 2007. No comparativo entre os dois períodos, o valor em moeda americana mais que dobrou, embora, na ponta do lápis, essa diferença signifique pouco.
A explicação está na cotação que manteve o dólar em baixa do início de 2007, quando chegou a valer menos de R$ 2, até meados do ano passado, momento em que teve início a recuperação do equilíbrio da paridade entre as duas moedas. Apesar dos bons resultados, não houve, segundo representantes do setor, ganhos significativos para o produtor. O ganho teria sido maior se não fosse a desvalorização.
Com relação ao preço da saca, o cafeicultor de Franca acompanhou a dança dos números, ora a favor ora contra. Excetuados alguns picos sazonais, em que a saca atingiu irreais US$ 200 na BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuro), na média de 2008 o valor ficou entre US$ 136 e US$ 160.
Para o gerente de comercialização da Cocapec (Cooperativa dos Cafeicultores e Agropecuaristas) de Franca, Anselmo Magno de Paula, os números das exportações não refletem a realidade do setor. Segundo ele, o café teve uma valorização acentuada no ano passado, assim como aconteceu com o algodão, a carne, a soja, entre outros produtos com mercado garantido que formam a lista de commodities brasileiras.
No entanto, defende ele, o dólar baixo ao longo de praticamente todo o ano fez com que o ganho do produtor fosse muito pequeno, fator compensado pela excelente safra. Na contabilidade, dá para afirmar que o cafeicultor exportou mais, mas continuou com o valor da saca pouco alterado.
A volatilidade do mercado pode explicar melhor como funciona essa balança de perdas e ganhos. Para ilustrar, Magno de Paula usou o exemplo de quando a moeda brasileira estava desvalorizada frente ao dólar, por volta do ano 2000.
“Naquele tempo, teve saca que chegou a ser vendida por US$ 38. Já no inverso, quando era a moeda americana que sofria com a desvalorização, algumas cotações chegaram a bater em US$ 200”, disse. Em um dia da semana passada, enquanto a alta do dólar foi de 0,83%, a queda do preço da saca de café foi de 0,85%.
Os produtores de café de Franca e região conseguiram driblar a maior parte dos problemas em suas plantações no ano passado, obtendo uma das melhores safras da década, mas perderam feio para um inimigo comum: o dólar. A moeda americana, base para todas as negociações feitas no exterior, frustrou as expectativas de lucro dos cafeicultores com as exportações. Com o real valorizado, os negócios feitos lá fora só foram compensados pelo grande volume vendido.
O café foi um dos produtos da pauta de exportações que mais garantiram rendimento em 2008, sendo o segundo mais negociado por Franca, responsável por 12,37% do faturamento total exportado pela cidade, conforme levantamento da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento.
Em 2008, foram exportadas a partir da cidade 10,2 mil toneladas de café, totalizando recursos de US$ 28,6 milhões (R$ 66 milhões), praticamente o dobro de 2007. No comparativo entre os dois períodos, o valor em moeda americana mais que dobrou, embora, na ponta do lápis, essa diferença signifique pouco.
A explicação está na cotação que manteve o dólar em baixa do início de 2007, quando chegou a valer menos de R$ 2, até meados do ano passado, momento em que teve início a recuperação do equilíbrio da paridade entre as duas moedas. Apesar dos bons resultados, não houve, segundo representantes do setor, ganhos significativos para o produtor. O ganho teria sido maior se não fosse a desvalorização.
Com relação ao preço da saca, o cafeicultor de Franca acompanhou a dança dos números, ora a favor ora contra. Excetuados alguns picos sazonais, em que a saca atingiu irreais US$ 200 na BMF (Bolsa de Mercadorias e Futuro), na média de 2008 o valor ficou entre US$ 136 e US$ 160.
Para o gerente de comercialização da Cocapec (Cooperativa dos Cafeicultores e Agropecuaristas) de Franca, Anselmo Magno de Paula, os números das exportações não refletem a realidade do setor. Segundo ele, o café teve uma valorização acentuada no ano passado, assim como aconteceu com o algodão, a carne, a soja, entre outros produtos com mercado garantido que formam a lista de commodities brasileiras.
No entanto, defende ele, o dólar baixo ao longo de praticamente todo o ano fez com que o ganho do produtor fosse muito pequeno, fator compensado pela excelente safra. Na contabilidade, dá para afirmar que o cafeicultor exportou mais, mas continuou com o valor da saca pouco alterado.
A volatilidade do mercado pode explicar melhor como funciona essa balança de perdas e ganhos. Para ilustrar, Magno de Paula usou o exemplo de quando a moeda brasileira estava desvalorizada frente ao dólar, por volta do ano 2000.
“Naquele tempo, teve saca que chegou a ser vendida por US$ 38. Já no inverso, quando era a moeda americana que sofria com a desvalorização, algumas cotações chegaram a bater em US$ 200”, disse. Em um dia da semana passada, enquanto a alta do dólar foi de 0,83%, a queda do preço da saca de café foi de 0,85%.