As lavouras estão com uma boa quantidade de água no solo e os nevoeiros – típicos em regiões de montanha – acabam propiciando a maturação antecipada do café
Os primeiros frutos de café em fase maturação começaram a aparecer esta semana na região Sul de Minas Gerais, reascendendo as chances de colheita antecipada neste ano, conforme relatamos aqui no Notícias Agrícolas na segunda-feira. As imagens abaixo foram enviadas pelo produtor de café e diretor presidente do Conselho da Associação dos municípios da Microrregião da Baixa Mogiana (AMOG), Fernando Barbosa.
“As lavouras estão com uma boa quantidade de água no solo e os nevoeiros – típicos em regiões de montanha – acabam propiciando a maturação antecipada do café”, explicou Barbosa. As fotos foram tiradas na última terça-feira (19), em São Pedro da União (MG).
Frutos de café em fase de maturação, em São Pedro da União (MG) | Foto: Fernando Barbosa
Segundo especialistas, a colheita do café da safra 2016/17 do Brasil pode ser antecipada por conta da irregularidade das chuvas e floradas no ano passado. Com os trabalhos iniciando mais cedo, o produtor consegue colher os frutos em um período que costuma ter menos chuvas, mas por outro, ele precisa estar atento com a granação.
Na lavoura do cafeicultor João Lincoln Reis Veiga, em Varginha (MG), a colheita em 2015 foi feita no final de junho. No entanto, ele estima que nesta safra os trabalhos devam começar em abril ou no máximo início de maio. “Por conta dos longos intervalos entre as chuvas, temos agora algumas plantas com frutos granando e chumbinho na mesma vara”, explica.
Fernando Barbosa relatou que os cafeicultores não acreditam que a maturação antecipada seja por conta de alguma doença no cafeeiro, mas sim devido à irregularidade das floradas no ano passado. Mas pondera, “apenas um técnico consegue diagnosticar se isso realmente não é uma doença”.
O diretor presidente da AMOG ressalta ainda que a colheita antecipada nem sempre é benéfica ao produtor. “Se a antecipação da colheita de fato ocorrer, podemos mais tarde ter uma perda de qualidade no café – devido ao seu efeito no metabolismo – e aumento de custo na colheita”, afirma.