06 de março de 2014.
Por
Fernando Lopes, Mariana Caetano e Fernanda Pressino
tt
Os preços das commodities agrícolas negociadas na B
M&FBovespa também refletiram as
adversidades climáticas em polos produtores do Bras
il, como não poderia deixar de ser, e encerraram
fevereiro com médias também bastante superiores às
de janeiro.
E, como aconteceu no mercado internacional, a maior
valorização foi a do café. De acordo com
cálculos do Valor Data baseados nos contratos futur
os de segunda posição de entrega (normalmente os
de maior liquidez), a commodity fechou fevereiro co
m uma cotação média 23,92% maior que a de
janeiro.
Esse salto foi suficiente para uma recuperação impe
nsável antes que o déficit hídrico sobretudo
em regiões de Minas, Paraná e São Paulo começasse a
prejudicar as plantações, o que ficou claro nas
primeiras semanas do ano. Assim, mesmo após as fort
es retrações do ano passado (motivada por uma
oferta confortável), na comparação com fevereiro de
2013 a média do mês passado foi 3,58% superior.
Na esteira das oscilações em Chicago, mas também in
fluenciada por uma demanda doméstica
aquecida, o milho fechou o mês passado em um patama
r 13,6% mais elevado que em janeiro. Com
isso, a variação em relação a fevereiro de 2013 tam
bém passou a ser positiva (8,21%). Como na soja o
salto mensal foi menor (4,36%), em relação ao nível
de um ano atrás ainda há queda (7,8%).
Sob os reflexos da entressafra de cana, do pessimis
mo climático e da reação do consumo
interno, os contratos de segunda posição de entrega
do etanol, por sua vez, fecharam o mês passado
com valor médio 7,1% maior que o de janeiro e passa
ram a acumular alta de 5,95% sobre fevereiro de
2013.
Em termos nominais, o nível alcançado agora pelos p
reços do café é o mais elevado desde
janeiro de 2013, no milho, é o maior desde dezembro
de 2012, na soja desde agosto de 2013 e no
etanol é o pico da série histórica iniciada em maio
de 2010. Mas nada como o boi gordo, que também
alcançou em fevereiro, quando subiu 6,26% em relaçã
o a janeiro, a maior média de sua série – só que
essa série começou em 1991.
Se a falta de chuvas também prejudicou pastagens e
afetou a oferta de animais para abate, a
demanda aquecida completou o quadro que mantém o bo
i nas alturas. E essa demanda está
particularmente forte no mercado externo, tanto que
os embarques brasileiros de carne bovina in
natura mantiveram um ritmo forte em fevereiro e a e
xpectativa é de recorde em 2014.