02/07/10
A expectativa dominante no mercado internacional de que o abastecimento global de café poderá ficar comprometido nos próximos meses, devido a problemas na produção da Colômbia e de países da América Central, fez os preços dispararem nas últimas duas semanas na bolsa de Nova York. Essa forte valorização provocou uma reação imediata nas transações na BM&FBovespa.
De acordo com cálculos do Valor Data, baseados nas médias mensais dos contratos futuros de segunda posição de entrega (normalmente a de maior liquidez), o produto subiu 10,4% em junho em comparação a maio na bolsa brasileira, para o maior patamar em quase dois anos e meio. \”Mesmo com uma safra grande começando a ser colhida no Brasil, a presença de fundos no mercado foi muito forte e puxou as cotações do café\”, afirmou Alexandre Nahum, analista da Gradual Investimentos.
Foi também no mês passado que os preços médios da arroba do boi gordo reagiram e voltaram aos patamares de 2009 na BM&FBovespa. A valorização foi de 2,33% em relação à média de maio e de 12,9% sobre o resultado de dezembro. Analistas consideram que os seis primeiros meses do ano foram de recuperação depois das perdas registradas no segundo semestre do ano passado.
\”O que determinará se os preços continuarão subindo no segundo semestre será o volume de gado confinado. Por enquanto, o sentimento é de que a oferta está adequada à demanda e que a procura cresce em um ritmo um pouco maior que a disponibilidade de animais para abate\”, diz Élio Micheloni, da corretora ICAP.
No campo das quedas, os grãos foram o destaque do mês passado. O milho foi pressionado pela expectativa de oferta elevada. Os contratos caíram 3,14% na bolsa brasileira, a primeira queda desde fevereiro deste ano. Já a soja ficou estável pelo terceiro mês consecutivo, com uma modesta valorização de 0,47%. (AI)