A produção mundial e a brasileira de café robusta, em
nosso caso o conillon, tem crescido bastante, função das virtudes
dessa espécie de café, ligadas à sua alta produtividade e a custos de
produção mais baixos. Porem, como diz a expressão popular, nem tudo são
flores. Existem as dificuldades no manejo das plantações, algumas bem
diferenciadas daquelas encontradas na cafeicultura de café arábica.
A 1ª coisa, difícil e onerosa, no manejo das lavouras de
conillon, é a desbrota e condução de hastes. O cafeeiro desta espécie é
naturalmente multi-caule, emitindo grande numero de brotos, ramos
ortotrópicos, que, no sistema de condução de 3-5 hastes por planta,
numero dependente do espaçamento, exige, pelo menos, 2 desbrotas ao
ano, feitas manualmente, o que representa um gasto de 15- 25 h.d. por
ha/ano.
O segundo grupo de problemas diz respeito ao ataque de
pragas e doenças. O cafeeiro conillon é mais atacado pela broca dos
frutos, devido ao seu cultivo em regiões quentes, que condiciona um
maior numero de gerações do inseto no ano e, ainda, o ataque é
favorecido pelo ciclo longo entre a floração e a maturação/colheita,
ficando os frutos sujeitos à broca por período maior. Outra praga muito
importante, que nos últimos anos está menos problemática, é a cochonilha
dos frutos, de difícil controle. O Ataque de ácaro vermelho é, também,
mais severo no conillon e exige controle sistemático, diferentemente das
lavouras de arábica, onde o ataque é muito eventual. . A ferrugem,
até poucos anos atrás considerada menos grave no conillon, atualmente
tem sido muito severa, pelo adensamento das plantações, pelas
produtividades mais altas e pelo maior uso de irrigação de aspersão, não
existindo, comercialmente, variedades ou clones resistentes. O controle
químico da doença é dificultado pelo fechamento das plantações,
provocado pelo tombamento da ramagem, o que desfavorece a entrada de
maquinário de pulverização.
O 3º problema tem sido a morte de plantas do conillon.
Antes ela era provocada pela doença mancha manteigosa, causada por Colletotrichum,
que acabava matando as plantas muito susceptíveis. Como, em sua maior
parte, hoje se planta clones, selecionados de matrizes não susceptíveis à
doença, esta causa ficou reduzida. No entanto, tem havido morte de
plantas reproduzidas por estacas(clones), função do seu sistema
radicular com elevado numero de piões, que provoca, especialmente em
solos mais argilosos, comuns na região, o desenvolvimento de sistema
radicular superficial, o qual, muitas vezes, não consegue suprir,
adequadamente, a parte aérea da planta, em água e nutrientes.
A 4ª dificuldade tem sido imposta pela necessidade de
irrigação, pois, apesar do cafeeiro conillon ser mais resistente a
stress hídrico, devido ao seu sistema radicular mais volumoso e mais
profundo, as regiões de cultivo são muito quentes e apresentam um largo
período de déficit hídrico, desde abril até outubro, necessitando de
irrigações suplementares. Em muitas áreas a água é escassa e chega a
faltar em períodos críticos. Pode-se dizer, com certeza, que as lavouras
de conillon no Brasil, seja no Espirito Santo, Vale do Rio Doce em
Minas, Extremo Sul da Bahia e, mesmo, na Amazônia, em Rondonia, são
muito mais dependentes de irrigação do que a própria cafeicultura de
arábica.
O 5º problema está na dificuldade em adaptar a colheita
mecânica em lavouras de conillon. Ela é possível, conforme demonstrado
em pesquisas, porém, necessita de ajustes no espaçamento das lavouras e
na condução de um menor numero de hastes por planta.
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J.B. Matiello – Eng Agr Fundação Procafé
A produção mundial e a brasileira de café robusta, em
nosso caso o conillon, tem crescido bastante, função das virtudes
dessa espécie de café, ligadas à sua alta produtividade e a custos de
produção mais baixos. Porem, como diz a expressão popular, nem tudo são
flores. Existem as dificuldades no manejo das plantações, algumas bem
diferenciadas daquelas encontradas na cafeicultura de café arábica.
A 1ª coisa, difícil e onerosa, no manejo das lavouras de
conillon, é a desbrota e condução de hastes. O cafeeiro desta espécie é
naturalmente multi-caule, emitindo grande numero de brotos, ramos
ortotrópicos, que, no sistema de condução de 3-5 hastes por planta,
numero dependente do espaçamento, exige, pelo menos, 2 desbrotas ao
ano, feitas manualmente, o que representa um gasto de 15- 25 h.d. por
ha/ano.
O segundo grupo de problemas diz respeito ao ataque de
pragas e doenças. O cafeeiro conillon é mais atacado pela broca dos
frutos, devido ao seu cultivo em regiões quentes, que condiciona um
maior numero de gerações do inseto no ano e, ainda, o ataque é
favorecido pelo ciclo longo entre a floração e a maturação/colheita,
ficando os frutos sujeitos à broca por período maior. Outra praga muito
importante, que nos últimos anos está menos problemática, é a cochonilha
dos frutos, de difícil controle. O Ataque de ácaro vermelho é, também,
mais severo no conillon e exige controle sistemático, diferentemente das
lavouras de arábica, onde o ataque é muito eventual. . A ferrugem,
até poucos anos atrás considerada menos grave no conillon, atualmente
tem sido muito severa, pelo adensamento das plantações, pelas
produtividades mais altas e pelo maior uso de irrigação de aspersão, não
existindo, comercialmente, variedades ou clones resistentes. O controle
químico da doença é dificultado pelo fechamento das plantações,
provocado pelo tombamento da ramagem, o que desfavorece a entrada de
maquinário de pulverização.
O 3º problema tem sido a morte de plantas do conillon.
Antes ela era provocada pela doença mancha manteigosa, causada por Colletotrichum,
que acabava matando as plantas muito susceptíveis. Como, em sua maior
parte, hoje se planta clones, selecionados de matrizes não susceptíveis à
doença, esta causa ficou reduzida. No entanto, tem havido morte de
plantas reproduzidas por estacas(clones), função do seu sistema
radicular com elevado numero de piões, que provoca, especialmente em
solos mais argilosos, comuns na região, o desenvolvimento de sistema
radicular superficial, o qual, muitas vezes, não consegue suprir,
adequadamente, a parte aérea da planta, em água e nutrientes.
A 4ª dificuldade tem sido imposta pela necessidade de
irrigação, pois, apesar do cafeeiro conillon ser mais resistente a
stress hídrico, devido ao seu sistema radicular mais volumoso e mais
profundo, as regiões de cultivo são muito quentes e apresentam um largo
período de déficit hídrico, desde abril até outubro, necessitando de
irrigações suplementares. Em muitas áreas a água é escassa e chega a
faltar em períodos críticos. Pode-se dizer, com certeza, que as lavouras
de conillon no Brasil, seja no Espirito Santo, Vale do Rio Doce em
Minas, Extremo Sul da Bahia e, mesmo, na Amazônia, em Rondonia, são
muito mais dependentes de irrigação do que a própria cafeicultura de
arábica.
O 5º problema está na dificuldade em adaptar a colheita
mecânica em lavouras de conillon. Ela é possível, conforme demonstrado
em pesquisas, porém, necessita de ajustes no espaçamento das lavouras e
na condução de um menor numero de hastes por planta.